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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, voltou a sair em defesa da Corte pelos gastos com segurança dos ministros durante viagens e compromissos internacionais.
Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, exibido na noite de segunda-feira (10), o presidente do STF afirmou que há “implicância” de parte da sociedade e da imprensa em relação ao tema.
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Barroso reiterou que, em função do extremismo político cada vez maior no país, é necessário que ministros da Corte estejam acompanhados por seguranças mesmo em compromissos de caráter pessoal.
“Se um ministro for agredido fisicamente, tomar um tiro durante um jogo de futebol ou em uma sessão do Supremo, a fratura institucional é igual”, afirmou o magistrado.
Questionado se achava pertinente o debate sobre um código de ética para ministros do Supremo, como acontece na Suprema Corte dos Estados Unidos, Barroso respondeu: “Não acho que seja uma assombração, mas, se há uma percepção negativa da sociedade, é possível que haja discussão interna”.
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Um segurança do ministro Dias Toffoli recebeu R$ 39 mil, em diárias internacionais, para uma viagem do magistrado a Londres (Inglaterra) que incluiu a ida ao estádio de Wembley para ver a final da Uefa Champions League entre Real Madrid e Borussia Dortmund.
Os valores foram destinados ao servidor que acompanhou Toffoli entre os dias 25 de maio e 3 de junho. A final da Champions ocorreu no dia 1º de junho.
Durante a entrevista, Barroso disse que há uma incompreensão de grande parte da sociedade brasileira em relação a compromissos de ministros do STF, principalmente quando ocorrem encontros ou reuniões com empresários.
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“Já fui a eventos fora, não de empresas específicas, mas de organizações que reúnem empresários, e considero uma ótima oportunidade de conversar com essas pessoas, ouvir essas pessoas, como eu converso regularmente com jornalistas ou com comunidades indígenas”, afirmou o presidente da Corte.
“É um equívoco achar que as pessoas chegam a essa altura da vida disponíveis a qualquer tipo de sedução como uma passagem para ir à Europa ou um hotel de qualidade. A maior parte das pessoas que está lá tem toda condição de ir sem ser convidado”, completou Barroso.
Ainda segundo o presidente do STF, há uma “ênfase no negativo sem nenhuma percepção das coisas boas que a gente faz”.
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O Supremo já havia desembolsado R$ 99,6 mil, em recursos públicos, para um segurança acompanhar Toffoli em Londres e Madri, algumas semanas antes da nova ida à capital britânica.
As informações sobre a viagem de Toffoli constam de ordem bancária emitida no dia 27 de maio e registrada pelo Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). O ministro do STF viu o jogo em Wembley acompanhado pelo empresário Alberto Leite, que é dono da FS Security.
A empresa de Leite foi uma das patrocinadoras do 1º Fórum Jurídico Brasil de Ideias, realizado em Londres, no fim de abril, que contou com a presença de Toffoli e de outros integrantes do Poder Judiciário.