Stone: JPMorgan eleva ações para compra com avaliação atraente e retorno superior

Ação da Stone está negociando em um nível historicamente baixo de 9 vezes P/L para 2025

Felipe Moreira

Stone (Foto: Divulgação)
Stone (Foto: Divulgação)

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O JPMorgan elevou a recomendação para a ação da Stone negociada na Nasdaq (BDR: STOC31) de equal-weight (exposição igual a média do mercado, equivalente à neutro) para overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), com base na previsão de crescimento da lucratividade e avaliação descontada. O preço-alvo é de US$ 20 para dezembro de 2024, o que implica em um potencial de valorização de 50% em relação aos níveis de fechamento da última quarta-feira.

Após uma queda de 26% nos lucros este ano e de cerca de 20% nas cotações desde os resultados do primeiro trimestre de 2024 (1T24), o JPMorgan vê a ação da Stone negociando em um nível historicamente baixo de 9 vezes Preço (P)/Lucro (L) para 2025, o que considera uma avaliação atraente para uma taxa crescimento anual composta (CAGR) de lucros de 20% entre 2023 e 2027.

Se a empresa conseguir cumprir a projeção, o CAGR seria na verdade mais próximo de 30% ao ano e a Stone estaria negociando a 5 vezes os lucros estimados para 2027.

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Com relação ao ambiente macroeconômico, apesar da Selic mais alta por mais tempo não ser ideal para o setor, o JPMorgan vê as empresas de pagamento como menos dependentes desse cenário e acredita que a reavaliação da Stone depende mais das entregas bancárias (ou seja, depósitos e crescimento saudável do crédito).

O banco acrescenta que a Selic mais alta por mais tempo deve promover alguma racionalidade na indústria.

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Para o negócio principal de pagamentos, o JPMorgan avalia os dados atuais como saudáveis, uma vez que as receitas de MDR ((Merchant Discount Rate, ou percentual a ser descontado do valor de uma transação, definido por produto), que eram uma preocupação no 1T24, permaneceram estáveis após ajustes; (ii) os spreads de pré-pagamento acompanhados pelo FIDC estão abaixo dos níveis de 2019, o que o banco afirmou gostar, pois reduz a percepção de ganhos excessivos dos adquirentes no produto.

O banco também destaca que o crescimento do TPV (ex-PIX) reacelerou para 13% contra 11% em 2023, bem como as taxas de take rate (líquidas do custo de financiamento) continuam a subir (+16bps ano a ano).

Em termos de participação de mercado, analistas calculam que a Stone detenha uma parcela de 20% no mercado de pequenas e médias empresas. Isso, combinado com um alto NPS (metodologia de satisfação de clientes), deixa a Stone bem posicionada para capturar mais participação em serviços de valor agregado no segmento (bancário, crédito, software).

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Segundo estimativas, o lucro bancário pós-provisão da companhia deve atingir R$1,2 bilhão no ano fiscal de 2025 contra R$ 850 milhões no ano fiscal de 2024.

Por fim, o JPMorgan ressalta que a Stone possui o melhor retorno sobre patrimônio tangível (ROTE) da classe, 25 a 30%, deixando para trás os pares PagSeguro e Cielo, com 16 e 17%, respectivamente.