Mudanças na Petrobras fazem barulho, mas gestoras preferem manter ação por enquanto

Especialistas alegam que petroleira tem oferecido um bom carrego em termos de dividendos e que ainda não é possível dizer se a troca vai trazer consequências negativas para a gestão da empresa

Bruna Furlani

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A troca repentina no comando da Petrobras (PETR3;PETR4), com a saída de Jean Paul Prates e indicação de Magda Chambriard, trouxe incertezas sobre a ingerência do Governo em torno da estatal daqui para frente.

Para gestoras ouvidas pelo InfoMoney, a mudança na presidência provoca um grande barulho neste momento, mas que tende a ser dissipado ao longo do tempo. Por enquanto, a posição nos papéis será mantida.

Na visão das casas, a petroleira tem oferecido um bom carrego em termos de dividendos e ainda não é possível dizer se a troca vai trazer consequências negativas para a gestão.

“Talvez não seja tão ruim quanto parece. Quando Jean Paul Prates entrou ninguém gostou. No fim, ele conseguiu fazer um trabalho ok. Achamos que Magda vai ampliar o diálogo com o Governo, mas que não vai mudar a direção estratégica da empresa”, afirmou uma fonte de uma gestora com posição no papel e que preferiu não se identificar.

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A Finacap também disse que, por enquanto, irá manter a pequena posição que detém na petroleira, em torno de 3%. Luiz Fernando Araújo, sócio e gestor na casa, defende que a mudança pode não trazer “consequência nenhuma para a gestão” da empresa. O executivo cita, por exemplo, que foram feitas inúmeras mudanças ao longo do Governo de Jair Bolsonaro (PL) na petroleira e que foi mantida a linha de gestão. Apesar disso, o profissional não nega que a notícia seja uma “pimenta” para a empresa.

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“A troca não trouxe surpresas. A novidade foi o timing. O ponto critico já havia passado, que foi naquele evento de dividendos. O CEO foi mais pressionado naquele momento em específico. Achávamos que ele podia não sobreviver, mas essa interferência política era um evento muito provável”, resumiu.

As informações sobre a troca não foram bem recebidas pelo mercado. Por volta das 15h (horário de Brasília) desta quarta-feira (15), as ações ordinárias da companhia apresentavam queda de 7,02%, aos R$ 39,92, enquanto os papéis preferenciais registravam recuo um pouco de menor, de 5,97%, cotado a R$ 38,43.