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A crescente demanda por processamento em nuvem para aplicações de inteligência artificial “coloca o Brasil em um lugar de grande prioridade” para o Google Cloud. Em entrevista ao InfoMoney, sua vice-presidente global de estratégia para indústrias, Carrie Tharp, afirma que o volume de dados produzidos por empresas brasileiras gera, do ponto de vista tecnológico, oportunidades de escala para a companhia na região.
“Quando se olha para grandes oportunidades de mercado para nós, basta usar como proxy [referência para estimar uma variável] de negócios o tamanho da população que compartilha um mesmo idioma no Brasil”, diz Tharp. “Sempre construímos produtos primeiro em inglês, porque nossos centros de engenharia estão nos Estados Unidos, mas quando se pensa globalmente, línguas como francês, alemão, português e espanhol são algumas no top 10 quando criamos soluções.”
No caso de inteligências artificiais generativas, capazes de entender comandos e responder em textos, dados e língua são dois elementos fundamentais no desenvolvimento. O Google vem adotando uma estratégia de disponibilizar seus modelos de linguagem para IA generativa adaptados ao português já na primeira onda de lançamento.
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Não há um compromisso firmado sobre aumento de investimentos especificamente para o segmento Cloud no Brasil. No entanto, o CEO da Alphabet (GOGL34), controladora do Google, Sundar Pichai, anunciou em 2022 um investimento de U$ 1,2 bilhão (R$ 6,19 bilhões) na América Latina pelos cinco anos seguintes. Um dos focos desse valor é o Brasil, diz Tharp. Entre 2017 e 2022, o Google investiu R$ 1,6 bilhão para fortalecer sua infraestrutura técnica no Brasil, incluindo cabos submarinos e a Região de Nuvem de São Paulo.
Prestes a divulgar novidades sobre os avanços na sua região de datacenters no México, a empresa possui uma região (como são chamados os locais que recebem infraestrutura de data centers) no Brasil desde 2017. Ao todo, no mundo, são 40 regiões.
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Uso por empresas brasileiras
Em uma breve passagem pelo país, Tharp teve a oportunidade de conversar com algumas das empresas que têm utilizado tecnologia da big tech em suas aplicações de IA generativa. O que ela viu não foi muito diferente de regiões como os Estados Unidos. “Empresas estão começando a utilizar IA generativa em projetos internos, exibindo essas utilizações primeiramente aos funcionários para testar, aprender e observar a performance antes de expô-la ao cliente final”, relata.
Nos últimos anos, grandes empresas de tecnologia, como o Google, têm migrado o seu modelo de organização, antes orientado por produtos, para verticais de negócios. Parte do trabalho de Tharp – com passagem pela varejista de marcas de luxo Neiman Marcus e pela desenvolvedora de relógios e jóias Fossil Group -, é justamente gerir um time com especialistas nativos das mais diferentes indústrias para atacar problemas específicos de cada uma delas.
O modelo está se mostrando eficiente para a demanda crescente por IA generativa. Diferentemente da utilização de infraestrutura de nuvem para processamento, em que há um resultado direto de um problema mais geral (sair dos servidores próprios), empresas estão buscando na inteligência artificial saídas para problemas de negócio mais específicos. “É algo inerentemente orientado para criar valor de negócio, em vez de ser meramente uma tecnologia”, diz Thap.
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“Eu diria que o foco da minha viagem foi tratar de inteligência artificial, em geral, e como as empresas têm pensado sobre sua implementação”, afirma. Os depoimentos ouvidos servem como uma base para que o Google desenvolva soluções orientadas às principais queixas das empresas, além de servir como orientação para um uso que possa causar problemas reputacionais, como vieses e alucinações da ferramenta.
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