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Adversários do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) na disputa pelas eleições municipais em São Paulo, o atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), e o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) decidiram ir à Justiça contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que pediu votos antecipadamente ao aliado.
Durante ato de celebração do Dia do Trabalhador, organizado ontem (1º) por centrais sindicais, em São Paulo, Lula disse que Boulos estava disputando “uma verdadeira guerra” na capital mais populosa do país, por enfrentar três de seus adversários políticos − referência feita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e Nunes, que não foram citados nominalmente.
Em discurso aos sindicalistas, Lula disse que “ninguém derrotará” Boulos se cada um dos presentes apoiá-lo na disputa e pediu voto de seus apoiadores no parlamentar − o que é vedado pela legislação no atual momento do calendário eleitoral.
Na disputa em São Paulo, o Partido dos Trabalhadores (PT) já fechou apoio a Boulos e indicou a ex-prefeita Marta Suplicy para a vice na chapa.
“Esse jovem está disputando uma verdadeira guerra aqui em São Paulo. Ele está disputando com o nosso adversário nacional, ele está disputando contra o nosso adversário estadual e está disputando contra o nosso adversário municipal”, disse Lula.
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“Então, ele está enfrentando três adversários. E, por isso, eu quero dizer a vocês: ninguém derrotará esse moço se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições. E eu vou fazer um apelo: cada pessoa que votou no Lula em 1989, em 1994, em 1998, em 2006, em 2010, em 2022 tem que votar no Boulos para prefeito de São Paulo”, continuou.
Leia também: Quem são os pré-candidatos a prefeito de São Paulo nas eleições 2024?
O prefeito Ricardo Nunes, que disputará a reeleição, disse que a única reação possível é entrar com uma ação contra Lula. “A equipe de campanha vai ingressar com ação judicial. Ficou muito claro o desrespeito à lei eleitoral. Pediu votos claramente. Não há outro caminho”, disse em nota.
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Ontem mesmo, o deputado Kim Kataguiri, pré-candidato à prefeitura de São Paulo, acionou o Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) para que o órgão investigue o caso e, se for o caso, puna o que classificou como “campanha antecipada”.
“É um absurdo fazer campanha eleitoral fora do tempo permitido, porque isso desrespeita as regras da disputa e prejudica a todos. O pleito precisa ser justo, com igualdade para todos os candidatos. Por isso, elaborei a representação para garantir que a eleição seja limpa e sem vantagens indevidas”, sustentou Kim.
A Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) considera “propaganda eleitoral antecipada” o pedido explícito de voto antes do início autorizado pela Justiça Eleitoral para o período de campanha. Pela regra, as campanhas começam oficialmente em 16 de agosto, logo após o prazo de registro de candidaturas.