Desemprego avança para 7,9% no trimestre encerrado em março, diz IBGE

Taxa foi 0,5 ponto percentual mais alta em relação à do trimestre encerrado em dezembro de 2023, puxada pelo aumento no número de pessoas em busca de trabalho no período

Roberto de Lira

Pessoas em fila de mutirão do emprego
Pessoas em fila de mutirão do emprego

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A taxa de desemprego no Brasil chegou a 7,9% no trimestre encerrado em março de 2024, com alta de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em dezembro de 2023, informou nesta terça-feira (30) o Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, essa taxa ficou abaixo dos 8,8% registrados no mesmo trimestre móvel de 2023.

Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE, a alta da desocupação na comparação trimestral foi puxada pelo aumento no número de pessoas em busca de trabalho, parcela chamada de “população desocupada”, que cresceu 6,7% frente ao trimestre encerrado em dezembro de 2023, um aumento de 542 mil pessoas em busca de trabalho.

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Apesar da alta, a população desocupada permanece 8,6% abaixo do contingente registrado no mesmo trimestre móvel de 2023.

Outro fator que concorreu para o aumento da taxa de desocupação, segundo o IBGE, foi a redução da população ocupada do país. Esse contingente caiu 0,8% na comparação trimestral, embora tenha permanecido 2,4% acima do número de trabalhadores encontrados pela PNAD Contínua no primeiro trimestre de 2023.

Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, disse em nota que o aumento da taxa de desocupação foi ocasionado pela redução na ocupação. “Esse panorama caracteriza um movimento sazonal da força de trabalho no primeiro trimestre de cada ano, com perdas na ocupação em relação ao trimestre anterior”, explicou. 

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Apesar da alta na comparação trimestral, essa taxa de desocupação foi a menor já registrada para um trimestre encerrado em março desde 2014, quando chegou a 7,2%. Por isso, a analista observa que “o movimento sazonal desse trimestre não anula a tendência de redução da taxa de desocupação observada nos últimos dois anos”.

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Ela disse ainda que, apesar da redução da população ocupada, o número de trabalhadores com carteira assinada não teve variação significativa na comparação com o trimestre móvel anterior (encerrado em dezembro), permanecendo em 38,0 milhões.

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“A estabilidade do emprego com carteira no setor privado, em um trimestre de redução da ocupação como um todo, é uma sinalização importante de manutenção de ganhos na formalização da população ocupada”.

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Rendimento do trabalho ainda em alta

O IBGE divulgou ainda que, uma das consequências da manutenção do emprego com carteira assinada foi que o rendimento médio das pessoas ocupadas chegou a R$ 3.123, com alta de 1,5% no trimestre e de 4,0% na comparação anual.

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Entre os grupamentos de atividade investigados pela PNAD Contínua, a comparação com o trimestre encerrado em dezembro de 2023 indica altas no rendimento de Transporte, armazenagem e correio (4,3%, ou mais R$ 122), Outros serviços (6,7%, ou mais R$ 158) e Serviços domésticos (2,1%, ou mais R$ 25), sem variações significativas nos demais grupamentos.

Frente ao primeiro trimestre de 2023, houve altas no rendimento da Indústria (7,5%, o equivalente a mais R$ 215), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,9%, ou mais R$ 96), Transporte, armazenagem e correio (7,1%, ou mais R$ 198) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (3,6%, ou mais R$ 152). Os outros grupamentos não mostraram variação significativa.

Apesar da alta do rendimento médio, na comparação trimestral, a massa de rendimentos dos trabalhadores, que é a soma dos rendimentos de toda a população ocupada no país, permaneceu estável ante o trimestre encerrado em dezembro de 2023.

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Adriana lembrou que a redução da população ocupada, no trimestre, concorreu para que a massa de rendimentos permanecesse sem alteração significativa, nessa mesma comparação.