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Faculdade de “ricaços” e herdeiros, Link cria fundo para acelerar startups de alunos

Criada por Álvaro Schocair, ex-sócio da Tarpon, faculdade amplia operação e pretende investir em ideias de alunos com cheques periódicos de R$ 5 milhões

Felipe Mendes

Álvaro Schocair, fundador da Link (Divulgação)
Álvaro Schocair, fundador da Link (Divulgação)

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Fundada nos moldes de universidades de negócios norte-americanas como Babson e Fuqua, a Link School of Business resolveu apoiar o viés empreendedor de seus 700 alunos. A cada semestre, a escola criada em 2019 por Álvaro Schocair, ex-sócio da gestora Tarpon, está investindo cerca de R$ 5 milhões para acelerar negócios criados por seus estudantes.

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Ele contabiliza mais de 82 companhias criadas por alunos entre 18 e 22 anos – a Link tem alguma participação em pelo menos 13 desses negócios. “Muitas dessas empresas tiveram suas empresas avaliadas em milhões de reais, e muitos pagam a faculdade com o faturamento dos próprios negócios”, diz Schocair. “A gente estimula a fazer isso [criar uma empresa] desde o primeiro semestre.”

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“Babson brasileira”

O executivo que acompanhava de perto o setor de educação desde seus tempos de Tarpon conta que sentia falta de um ensino voltado ao empreendedorismo no Brasil. Em uma viagem aos Estados Unidos em 2018, Schocair conheceu e encantou-se pelo modelo empregado pela Babson College e decidiu investir em algo similar no Brasil.

“A Babson se propunha a formar empreendedores, formar donos de empresas, e não executivos. Aquilo me chamou muito a atenção, porque sempre fui empreendedor, nunca tive um emprego formal”, conta. “Depois daquilo, voltei para o Brasil com objetivo de criar uma ‘Babson brasileira’, que formasse empreendedores.”

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Com mensalidade em torno de R$ 12 mil para os cursos de graduação em Administração de Empresas e Tecnologia, além de oferecer possibilidade de MBA, a Link se coloca em um patamar de preço muito acima da média do cobrado por universidades tradicionais no mercado como a Fundação Getulio Vargas (FGV) e o Insper.

A grade curricular na Link tem horas de aulas de oratória, liderança, finanças, marketing e gerenciamento de crises. “Temos aulas até de etiqueta”, diz o fundador da Link, que também é professor. “Hoje, dou aula de venture capital para o pessoal do quarto semestre. Faço questão de estar em sala de aula para entender o que se passa com os alunos”.

Na Link, os estudantes preenchem periodicamente um formulário com seus objetivos. “Sei em que estágio cada aluno está. Sei quem quer empreender e quem vai estagiar e até aquele que não vai montar uma empresa porque vai herdar o negócio da família em breve.”

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Bernardinho e executivos entre os investidores

Schocair diz que investiu cerca de R$ 15 milhões para a fundação da Link entre 2019 e 2020. Para complementar o aporte necessário para colocar o negócio em pé, levantou capital com 43 investidores, que se tornaram acionistas minoritários. Dentre eles, estão Bernardinho, treinador da seleção brasileira de vôlei masculino; Edison Ticle, CFO da Minerva; e Ricardo Basaglia, CEO da Michael Page. Hoje, com mais de 700 alunos, Schocair projeta faturar cerca de R$ 100 milhões este ano.

Recentemente, a Link investiu R$ 25 milhões para a ampliação de seu campus na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, em São Paulo. A ideia, segundo Schocair, é ampliar a operação da faculdade com novos cursos a partir de 2026. “A gente pegou um prédio novo de quase 10 mil metros quadrados de frente ao nosso campus na Brigadeiro. Começará a funcionar em agosto. Esse prédio, além de abrigar as turmas de Tecnologia, também poderá receber uma escola de Direito ou Design, que fazem parte do nosso plano de negócios para o futuro”, afirmou.

O executivo afirma que, hoje, um dos pilares mais importantes é a internacionalização. Além do polo de São Paulo, a escola tem unidades menores em Boston e Palo Alto, nos Estados Unidos, e Berlim, na Alemanha. A ideia, segundo ele, é ampliar a atuação por outros países para maximizar o intercâmbio entre os alunos.

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Hoje, a faculdade tem fora do Brasil 45 alunos, que se revezam a cada dois meses. “Dentre os nossos 700 alunos, eu diria que 400 já tiveram alguma vivência Internacional”, diz Schocair, que admite o desejo de instalar um centro da Link em Tel Aviv, Israel, caso as tensões no país (em guerra contra o Hamas) se arrefeçam.

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