Usiminas diz sofrer “pressão desleal” de importações de aço e pede competição justa

Segundo a Usiminas, o volume de importação é ainda maior do que no ano passado

Augusto Diniz

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As medidas adotadas pelo governo no ano passado para conter a importação de produtos siderúrgicos, após reivindicação da indústria nacional, parecem não ter sido suficientes. Pelo menos para a Usiminas (USIM5).

A companhia apresentou os resultados do 1T24 a analistas de mercado nesta terça (23) com muitas reclamações com o aço estrangeiro, que segue chegando ao país em grandes quantidades. Segundo a Usiminas, o volume de importação é ainda maior do que no ano passado.

“2024 começou com um cenário desafiador, com forte pressão das importações com condições desleais, além de uma previsão de crescimento econômico moderado no Brasil”, disse logo na abertura da teleconferência, Marcelo Chara, CEO da Usiminas.

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Importação aumentou

“Prevemos uma produção estável durante o 2º trimestre. O volume de importação do aço no 1º trimestre foi 18% maior do que no ano anterior e chama atenção. Por isso, é importante o Brasil implementar medidas para promover uma competição justa”, complementou.

A siderúrgica, que tem um terço (1/3) de seu faturamento no abastecimento de aços planos para indústria automobilística, vê como sinais positivos os números apresentados por este setor no começo do ano.

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“Mas observamos aumento da importação de veículos em comparação com o mesmo período do ano passado”, ressaltou Chara – o cenário aperta o consumo interno de aço.

Parecer técnico favorável

O executivo comentou sobre um parecer técnico favorável da Câmara de Comércio Exterior (Camex) sobre o dano da importação do aço ao país. “Por enquanto, a preocupação é altíssima. Mas há expectativa positiva, com esse parecer técnico, que mostra um grau de maturidade importante para equilibrar esse tipo de concorrência absolutamente desleal”, afirmou Chara a analistas.

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Estoques cheios

Miguel Homes, VP Comercial da Usiminas, disse na apresentação dos resultados do 1T24 que “não só a siderurgia, mas a cadeia está sofrendo com esse volume tão importante de importações em condições desleais”.

Segundo ele, “em muitos casos, com preços abaixo do custo”. Homes disse que é preciso regularizar as margens da cadeia com equilíbrio dos estoques, mas destaca que há “um nível muito alto de material importado na praça”.

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No ano passado, o alto-forno 1 na usina de Ipatinga (MG) chegou a ser desligado por conta das condições de mercado.

Alto-forno 3 segue em estabilização

Sobre o alto-forno 3, também da unidade de Ipatinga, que foi reformado no ano passado e está em período de estabilização, a Usiminas espera mais ganhos de eficiência e redução de custos.

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“Custo de produção de aço segue reduzindo com a estabilização do alto-forno 3”, garantiu Thiago Rodrigues, CFO da Usiminas. Mas por outro lado, mostrou preocupação com as placas que são laminadas na unidade de Cubatão (SP). Elas são adquiridas no mercado e tem seguido tendência de alta de preço.

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“Compramos placa do mercado (para Cubatão). As negociações são realizadas em dólar e a desvalorização do câmbio impacta”, afirma. Ressalta-se que 1/3 das vendas de aço da Usiminas tem origem da unidade de Cubatão – o restante, da planta de Ipatinga.

O CFO explicou que apesar da queda do custo de produção em Ipatinga, o aumento do preço da placa para abastecer Cubatão estabelece condições estáveis nesse item no 2T24.

Volume de minério menor

Já para a unidade de mineração, que fica em Itatiaiuçu (MG), a Usiminas informou que a previsão do volume de produção para o ano é menor do que o realizado ano passado, influenciado pela paralização de unidade lavra e a entrada em operação de novas frentes de exploração do minério de ferro somente no segundo semestre.

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