Fundos têm segunda melhor captação líquida para um 1º tri em 5 anos, diz Anbima

Associação destaca que queda da Selic e limitação de emissões de títulos isentos ajudaram a impulsionar depósitos

Bruna Furlani

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Após meses de uma saída maciça de recursos, fundos de investimentos tiveram uma retomada mais expressiva dos depósitos nos três primeiros meses deste ano, com o volume líquido chegando a R$ 105,0 bilhões. O montante representou a segunda melhor captação líquida para o primeiro trimestre dos últimos cinco anos.

Os dados foram informados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Em conversa com jornalistas nesta sexta-feira (5), Pedro Rudge, vice-presidente da associação, destacou que a queda da Selic e a limitação de instrumentos isentos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) deixaram mais atrativo o investimento por meio de fundos.

No começo de fevereiro, o CMN restringiu as emissões de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e Imobiliário (LCIs), além de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e Imobiliário (CRIs), o que provocou uma diminuição na oferta desses títulos no mercado.

“Os fundos de renda fixa e renda fixa infraestrutura estão recebendo uma parte desses recursos que estavam indo para títulos isentos. Isso explica uma parte dessa captação positiva”, diz. “Um concorrente importante pros fundos ficou com uma capacidade limitada de oferta”, acrescenta Rudge.

As captações de fundos de renda fixa infraestrutura bateram R$ 9,3 bilhões em março, ou seja, acima dos R$ 6,8 bilhões vistos em fevereiro e dos R$ 6,1 bilhões de janeiro, levando o montante líquido a R$ 22,2 bilhões ao longo do primeiro trimestre deste ano. Os números mostram uma toada de crescimento na busca por esse produto, que já conta com 508 opções disponíveis atualmente.

As entradas líquidas em fundos de renda fixa com crédito na carteira também vivem um bom momento e chegaram a R$ 31 bilhões no acumulado do primeiro trimestre, o que corresponde a quase um quarto (24%) dos depósitos líquidos feitos em fundos de renda fixa, que bateram R$ 131,7 bilhões entre janeiro e março deste ano. A classe foi a de maior destaque em termos de captações líquidas nos três primeiros meses do ano.