Danos à infraestrutura de Gaza somam US$ 18,5 bilhões, dizem ONU e Banco Mundial

Relatório mostra que os danos são equivalentes a 97% do PIB combinado da Cisjordânia e de Gaza em 2022 e deixaram 26 milhões de toneladas de entulho e escombros que levariam anos para serem removidos

Reuters

Região do Hospital Al Shifa, em Gaza  - 2/4/2024 (Foto:Dawoud Abu Alkas/Reuters)
Região do Hospital Al Shifa, em Gaza - 2/4/2024 (Foto:Dawoud Abu Alkas/Reuters)

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Washington (Reuters) – A Faixa de Gaza sofreu cerca de US$ 18,5 bilhões em danos à infraestrutura crítica nos primeiros quatro meses do bombardeio israelense lançado em resposta aos ataques do Hamas em 7 de outubro, de acordo com um relatório conjunto do Banco Mundial e da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nesta terça-feira (2).

O relatório provisório de avaliação de danos, que recebeu apoio financeiro da União Europeia (UE), estima que os danos são equivalentes a 97% do Produto Interno Bruto combinado da Cisjordânia e de Gaza em 2022 e deixaram 26 milhões de toneladas de entulho e escombros que levariam anos para serem removidos.

O relatório detalha a escala de destruição da infraestrutura na guerra de Gaza e a terrível situação da população no estreito enclave costeiro, onde as instalações de saúde foram destruídas, a população está passando fome e o trabalho de ajuda é dificultado.

O documento constatou que os danos às estruturas afetam todos os setores, sendo que a habitação equivale a 72% dos custos e a infraestrutura de serviços públicos, como água, saúde e educação, a 19%, de acordo com uma declaração do Banco Mundial.

Mais de um milhão de pessoas estão sem casa e 75% da população está deslocada, disse o Banco Mundial, acrescentando que mais da metade da população de Gaza está à beira da fome e que toda a população está passando por insegurança alimentar aguda e desnutrição.

“Os impactos cumulativos catastróficos sobre a saúde física e mental atingiram mais duramente as mulheres, as crianças, os idosos e as pessoas com deficiências, sendo que as crianças mais novas devem enfrentar consequências duradouras em seu desenvolvimento”, afirmou o Banco Mundial.