IMC quer acelerar crescimento em 2024 após ciclo de desinvestimentos

Empresa teve prejuízo líquido de R$ 76,2 milhões no 4º trimestre de 2022, revertendo lucro de R$ 122,6 milhões um ano antes

Reuters

Publicidade

A International Meal Company (MEAL3) quer acelerar o crescimento em 2024 após uma reorganização nos últimos anos, marcada por desinvestimentos que tiveram reflexo operacional via simplificação do negócio e beneficiaram a estrutura de capital com a entrada de recursos que reduziram o endividamento.

“Nós estamos encerrando esse ciclo da transformação para entrar em um ciclo de aceleração de crescimento, orgânico e inorgânico”, afirmou o presidente-executivo da dona da rede Frango Assado e operadora das redes KFC e Pizza Hut no Brasil, ressaltando que esse movimento será “com muita disciplina na utilização do capital”.

Alexandre Santoro destacou em entrevista à Reuters que a performance das vendas nas mesmas lojas é um foco grande da companhia, mas acrescentou que a IMC também vem fazendo um trabalho de expansão nas redes KFC e Pizza Hut e que a partir deste ano retomará a expansão do Frango Assado.

“Temos algumas discussões mais avançadas… Gostaríamos muito de abrir pelo menos mais um Frango Assado este ano e entrar 2025 com pipeline de até mais”, revelou, destacando o peso da marca no faturamento do grupo, que fechou 2023 com receita líquida total de R$ 2,35 bilhões, alta de 6,2% ano a ano.

O executivo não descartou novos desinvestimentos pontuais, como a venda de uma de suas 31 lojas da rede Margaritaville, nos Estados Unidos, em fevereiro deste ano. Mas disse que as grandes iniciativas nesse sentido já aconteceram, envolvendo operações no Panamá, Colômbia e da Olive Garden no Brasil.

Aquisições, por sua vez, tampouco estão no radar por ora, de acordo com o Santoro, reforçando a questão da disciplina financeira da companhia, que encerrou o ano passado com uma alavancagem medida pela dívida líquida em relação ao Ebitda de 2 vezes, ante 1,5 vez no final de 2022. A dívida total, porém, caiu de R$ 664,3 milhões para R$ 529,6 milhões.

Continua depois da publicidade

“Nosso principal foco é seguir crescendo o negócio que temos. Nós já temos um portfólio bem amplo, com todas as marcas ainda com muito potencial de crescimento. No futuro, fazendo esse ciclo bem feito de expansão desses negócios, obviamente, podemos pensar em outros segmentos. Mas neste momento não.”

Resultados do 4º trimestre

Após encerrar os últimos três meses de 2023 com aumento de 7,4% na receita líquida, a R$ 570,1 milhões, e de 4,1% nas vendas mesmas lojas, o CEO não detalhou números sobre as vendas nos primeiros meses deste ano. Adiantou apenas que não há grandes mudanças em relação aos outros trimestres, mas evolução.

“Há negócios dentro do portfólio, e temos negócios muito diferentes, então um pode ter uma performance um pouco melhor no primeiro trimestre, outros nem tanto, cada um com seus desafios. Mas de maneira geral a companhia segue evoluindo, esse é o ponto”, explicou.

Continua depois da publicidade

No quarto trimestre do ano passado, a empresa obteve um Ebitda ajustado de R$ 72,5 milhões, queda de 29,3% ano a ano, devido a impacto positivo de eventos não-recorrentes no mesmo período de 2022. Em termos recorrentes, o Ebitda ajustado subiu 31,8%, para R$ 60,6 milhões, com margem de 10,6%.

No Brasil, o Ebitda ajustado cresceu 44%, com alta de 8,9% na receita líquida, enquanto nos EUA o Ebitda encolheu 49,9%, mas com aumento de 3,7% na receita; e no Caribe caiu 12,6%, com elevação de 11,2% na receita.

A companhia encerrou os últimos três meses de 2023 com prejuízo líquido de R$ 76,2 milhões, ante lucro líquido de R$ 122,6 milhões de um ano antes, quando o resultado foi beneficiado pelo ganho de capital auferido na venda das operações do Panamá em 2022.