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(Bloomberg) — O presidente do Banco Central do Brasil deve se tornar uma mercadoria quente quando seu mandato terminar, em dezembro de 2024. As empresas financeiras em São Paulo poderiam aproveitar a oportunidade para contratar um operador experiente que manteve o Brasil à frente do mundo na gestão da inflação.
Mas Roberto Campos Neto, de 54 anos, tem outras ideias, segundo pessoas a par do assunto. Ele disse a amigos que seu sonho é se mudar para Miami, nos Estados Unidos, e abrir uma fintech (empresa de tecnologia financeira), aproveitando sua paixão pelo uso de ferramentas digitais para fornecer acesso mais amplo a serviços bancários.
Além de ser uma capital financeira latino-americana, Miami ofereceria a Campos Neto uma forma de estar mais próximo das famílias da região.
Durante sua gestão, Campos Neto supervisionou a criação, pelo BC, do sistema de pagamento instantâneo Pix, que rapidamente se tornou um sucesso entre consumidores e comerciantes.
Mais de 160 milhões de usuários utilizaram o serviço desde o seu lançamento no final de 2020, e outros países também demonstraram interesse em adotá-lo.
O G20, em reunião em São Paulo em fevereiro, discutiu se o Pix faria parte de um plano para tornar os pagamentos internacionais mais rápidos e baratos.
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Campos Neto não seria o primeiro chefe do BC a assumir uma função no setor financeiro. Armínio Fraga, que dirigiu a autoridade monetária de 1999 a 2002, hoje é codiretor de investimentos da Gávea Investimentos.
Ilan Goldfajn, presidente do Banco Central durante cerca de três anos até 2019, trabalhou no Credit Suisse antes de se transferir para o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em 2022.
O atual titular do BC, assumiu o posto em 2019, após ser nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, cujo governo aprovou uma lei que trouxe autonomia à autoridade monetária em fevereiro de 2021. O atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, é um crítico frequente de Campos Neto, argumentando que ele está mantendo a taxa básica de juros do país muito alta.
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Antes de ingressar no Banco Central, Campos Neto administrou os negócios de tesouraria do Santander Américas e, antes disso, negociou taxas de juros, derivativos, dívida e ações no Banco Bozano Simonsen, que foi vendido ao Santander em 2000. Os empregos anteriores incluíram uma passagem como gestor de carteira do fundo de hedge Claritas Investimentos e Participações.
Ele tem bacharelado e mestrado em Economia pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles, com especialização em finanças, e possui mestrado em matemática aplicada pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia.
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