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A CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) quer evitar a ocorrência de fraudes em seguros antes da aquisição do seguro pelo cliente e não somente na hora do sinistro — quando o risco previsto no contrato ocorre e a seguradora precisa pagar a indenização, diz André Vasco, diretor de serviços às associadas da entidade.
Só para se ter uma ideia da dimensão do problema, as fraudes comprovadas contra as seguradoras somaram R$ 824,9 milhões em 2022, segundo levantamento da própria CNseg. Os pedidos de indenização suspeitos totalizaram 11,4% dos R$ 44,7 bilhões pagos aos clientes, sendo que apenas 16,1% ficaram comprovados como fraude.
Em conversa com jornalistas na quinta-feira (14), Vasco apresentou uma nova ferramenta chamada “Data Lake House”, desenvolvida pela área de negócios da CNseg que unifica as bases de dados utilizadas pela Confederação, que podem ser públicas e/ou das próprias companhias associadas, para agilizar a devolução de respostas às consultas realizadas pelas seguradoras.
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Ao menos 60 empresas associadas a uma das 4 federações que compõem a CNseg utilizam as soluções, entre elas as 10 maiores seguradoras do país.
Segundo Vasco, no ano passado, foram cerca de 170 milhões de consultas realizadas e que incluem desde análises sobre um determinado chassi de automóvel para checar se ele funciona a diesel ou gasolina até se determinado CPF tem vínculo empregatício com alguma empresa.
“No momento da cotação, devolvo a informação para a seguradora ter a informação correta e enquadrar [a proposta de seguro ao cliente] da forma correta. Evita fraudes e enganos e permite calcular valores adequados das propostas”, comenta o diretor.
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Só o dashboard que reúne dados de veículos, serviço lançado no ano passado, já teve 54 milhões de consultas feitas pelas seguradoras, continua o executivo. Com a ferramenta que unifica as bases de dados, as consultas relacionadas ao seguro automóvel já são respondidas em menos de 1 segundo. O objetivo é replicar esse mesmo tempo de resposta, mais enxuto, para consultas a outros ramos – como vida, além de lançar funcionalidades para outras áreas, como saúde.
A expectativa para 2024 é bater a marca de 200 milhões de consultas (considerando outros ramos além do automóvel). Outro caso citado como exemplo é a consulta por CPF, muito utilizada em seguro de vida ou previdência. Neste caso, diz Vasco, é possível confirmar se a inscrição corresponde a uma pessoa ou não, evitando que as empresas (clientes das seguradoras) que proporcionam esse tipo de benefício a seus funcionários continuem contribuindo para planos de indivíduos com óbitos confirmados.
“Sabemos que é uma área que tem muita fraude. Conseguimos identificar sinistros de um ano atrás e, mais do que olhar para o sinistro, conseguimos dizer na entrada se aquele CPF é vinculado a uma seguradora ou não”, explica.
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Atualmente, Vasco conta que a área de negócios da CNseg oferece 31 soluções a 148 associadas. Desse total, três contribuem para as seguradoras atenderem a exigências regulatórias:
- Compartilhamento de incidente cibernético: exigência da Susep (Superintendência de Seguros Privados, órgão que regula e fiscaliza o mercado segurador);
- Prevenção à lavagem de dinheiro: outra exigência da Susep;
- Bloqueio de ligações de telemarketing: exigência do Procon.
De acordo com Vasco, as soluções de combate à fraude geram benefícios para o consumidor que compra o seguro na ponta. “Combater a fraude é importante para todos, seguradora e consumidor, porque tende a fazer um produto [de seguro] melhor e mais barato, já que a fraude é um dos principais problemas”, observa.
Ele informa que as soluções ajudam ao gerar alertas às seguradoras, mostrando que há indícios de que a proposta e/ou cotação pode ser uma fraude, mas cabe a cada seguradora avaliar conforme seus próprios critérios.
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