Avaliação positiva de Lula cai ao menor nível desde o início do governo, diz Ipec

30% avaliam que governo atual está "melhor" o de Bolsonaro, 30% dizem que está "igual" e 38%, que está "pior"

Reuters

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília
21/02/2024
REUTERS/Adriano Machado
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília 21/02/2024 REUTERS/Adriano Machado

Publicidade

A avaliação positiva do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou uma queda de 5 pontos percentuais em relação a dezembro, aponta pesquisa Ipec divulgada nesta sexta-feira (8).

É o percentual mais baixo de “ótima” e “boa” desde o início do terceiro mandato do petista. Segundo a sondagem, o governo é bem avaliado por 33% dos 2 mil entrevistados. Na rodada anterior, em dezembro, a avaliação positiva era de 38%.

Já a avaliação negativa (soma dos que responderam “ruim” ou “péssima”) oscilou dentro da margem de erro, de 30% para 32%, pois a margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. A avaliação negativa também é o pior desde o início do terceiro mandato de Lula.

Os que avaliam a gestão como “regular” somaram 33%, contra 30% em dezembro. Há um ano, o levantamento apontava avaliação positiva de 41% e negativa de 24%.

Quanto à maneira de Lula governar, a pesquisa registrou oscilações dentro da margem de erro: 49% aprovam sua maneira de governar (eram 51% em dezembro) e 45% a desaprovam (ante 43%). Os que disseram não saber ou não responderam somam os mesmos 6% detectados em dezembro.

Realizado entre 1º e 5 de março, o levantamento pode ter sintonizado o rescaldo da polêmica envolvendo declaração do presidente em Adis-Abeba, na Etiópia, em 18 de fevereiro. Na ocasião, em entrevista coletiva, Lula comparou as mortes de palestinos na ofensiva de Israel na Faixa de Gaza ao que Hitler fez com os judeus na 2ª Guerra Mundial.

Continua depois da publicidade

A declaração provocou forte reação do governo israelense e da oposição no Brasil, que incorporou a controvérsia e a utilizou no ato de Bolsonaro em 25 de fevereiro, na Avenida Paulista, em São Paulo.

Os movimentos de piora de índices de avaliação do presidente também foram captadas por outras pesquisas divulgadas ao longo desta semana, como a Genial/Quaest e a AtlasIntel.

Leia também:
Cresce pessimismo com economia sob Lula, diz pesquisa

Continua depois da publicidade

Onde a avaliação caiu

De acordo com a pesquisa Ipec desta sexta, o recuo na avaliação positiva de Lula foi mais perceptível entre os eleitores do petista em 2022, moradores do Nordeste e do Sudeste, aqueles com renda familiar mensal de até 1 salário mínimo, os autodeclarados pretos e pardos, e as mulheres, além dos que têm ensino médio.

Muitos desses grupos são tradicionalmente mais simpáticos a Lula.

O nível de confiança apresentou variações dentro da margem de erro, mas aumentou a diferença entre os dois grupos. Na rodada atual, 45% disseram confiar no presidente — em dezembro, eram 48%. Os que não confiam passaram de 50% para 51%.

Continua depois da publicidade

Pior que Bolsonaro

Quando a sondagem pede aos entrevistados que comparem o governo Lula ao de seu antecessor, Jair Bolsonaro, 30% avaliam que o atual está “melhor” (ante 32% em dezembro), 30% disseram que está “igual” (também 30% em dezembro) e 38% responderam que está “pior” (rodada anterior registrava 35%). Os que não sabem ou não responderam ficam em 3%, ante 2% na pesquisa anterior.

Sobre a expectativa em relação ao governo, 43% consideram que está no caminho certo, 50%, no caminho errado, e 7% não sabem ou não responderam.

Tópicos relacionados