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São Paulo – Os investidores estrangeiros retiraram R$ 9,452 bilhões da B3 em fevereiro, resultado de compras acumuladas de R$ 259,601 bilhões e vendas de R$ 269,053 bilhões. Assim como em janeiro, a saída robusta de capital externo – o maior para o mês de fevereiro desde 2020, quando foram retirados R$ 20,9 bilhões devido aos temores sobre os efeitos da pandemia do coronavírus na economia – decorre do adiamento das expectativas em relação ao início do corte de juros nos Estados Unidos, apurou o Broadcast.
Na sessão de quinta-feira, 29, os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 500,575 milhões na B3, quando o Ibovespa fechou em baixa de 0,87%, aos 129.020,02 pontos, e o giro financeiro foi de R$ 27,7 bilhões. No acumulado do ano, o capital externo negativo em R$ 17,35 bilhões.
Apesar do provável cenário de Selic de um dígito ainda este ano, o que em tese torna a renda variável mais atrativa, o investidor estrangeiro tem optado por direcionar seus recursos para os Estados Unidos, considerado porto seguro, principalmente para os Treasuries. As bolsas americanas também têm atraído as atenções dos investidores, em meio a perspectivas promissoras do setor de tecnologia, por conta da inteligência artificial.
Com isso, a tendência é de que a cifra siga no negativo por cerca de outros dois meses, avalia Daniel Barros, Head of Global Markets LatAm do UBS BB. Ele diz que para que haja um retorno de capital para o Brasil, é preciso haver catalisadores internos novos, como ajuste na pauta fiscal do Congresso, e principalmente uma decisão do Fed sobre o início do corte dos juros.
“Talvez a gente trabalhe com mais uns dois meses nessa toada [de retirada de capital externo na B3]. Mas se houver alguma sinalização do Fed, acho que o Brasil é um dos mercados que os investidores estrangeiros olharão novamente”, afirma Barros, em entrevista ao Broadcast.
Outros investidores
Os investidores institucionais retiraram R$ 927,137 milhões da Bolsa no dia 29. No mês, houve entrada líquida de R$ 896,747 milhões, refletindo R$ 127,485 bilhões em compras e R$ 126,588 bilhões em vendas. Em 2024, a entrada de capital totaliza R$ 333,18 milhões.
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Os investidores individuais aportaram R$ 474,079 milhões na B3 no dia 29. Em fevereiro, entraram com R$ 3,884 bilhões, resultado de compras de R$ 66,36 bilhões e vendas de R$ 62,475 bilhões. No ano, o investimento por pessoa física está positivo em R$ 7,925 bilhões.
As instituições financeiras investiram R$ 22,104 milhões no dia em questão. No acumulado do mês, houve aporte líquido de R$ 4,379 bilhões, com compras de R$ 21,871 bilhões e vendas de R$ 17,492 bilhões. As financeiras aportaram, neste ano, R$ 6,837 bilhões.
Por fim, na categoria outros investidores, houve entrada de R$ 291,923 milhões no dia 29. Em abril, a categoria entrou com R$ 291,923 milhões, refletindo R$ 3,327 bilhões em compras e R$ 3,035 bilhões em vendas. Em 2024, o investimento da categoria outros está positivo em R$ 2,616 bilhões.