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O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ficou estável (0,0%) no quarto trimestre de 2023 ante o trimestre anterior, conforme informou nesta terça-feira (5) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ante o mesmo trimestre do ano anterior, a alta foi de 2,2. Com isso, a economia brasileira fechou o ano passado com expansão de 2,9%.
O dados veio abaixo do consenso LSEG de analistas, que esperava uma alta de 0,1% na comparação trimestral e crescimento de 2,2% ante o quarto trimestre de 2022.
O PIB totalizou R$ 10,9 trilhões em 2023. Já o PIB per capita alcançou R$ 50.193,72 em 2023, um avanço real de 2,2% ante o ano anterior.
A atividade Agropecuária cresceu 15,1% de 2022 para 2023, influenciando o desempenho do PIB. Houve crescimento também na Indústria (1,6%) e em Serviços (2,4%).
Segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, o resultado recorde da Agropecuária, superando a queda apresentada em 2022, teve influência do crescimento da produção e do ganho de produtividade do setor.
“Esse comportamento foi puxado muito pelo crescimento de soja e milho, duas das mais importantes lavouras do Brasil, que tiveram produções recorde registradas pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA)”.
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Outra influência positiva no resultado do PIB de 2023 destacado pelo IBGE foi o desempenho das Indústrias Extrativas. A atividade teve alta de 8,7% devido ao aumento da extração de petróleo e gás natural e de minério de ferro. Além disso, Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, tiveram alta de 6,5%.
“Houve condições hídricas favoráveis e a bandeira verde vigorou durante todo o ano de 2023. Além disso, o fenômeno climático El Niño aumentou a temperatura média, impactando o consumo de água e energia”, explicou a pesquisadora, em nota.
Mas as Indústrias de Transformação (-1,3%) e a Construção (-0,5%) fecharam o ano com queda.
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Em Serviços, todas as atividades tiveram crescimento, com destaque para Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados Intermediação (6,6%). “As empresas seguradoras tiveram um ganho comparando os prêmios recebidos em relação aos sinistros pagos”, afirma Rebeca.
Consumo das famílias
Pela ótica da demanda, o destaque veio da Despesa de Consumo das Famílias, que avançou 3,1% em relação a 2022. A pesquisadora do IBGE detalha que o resultado tem influência da melhora das condições do mercado de trabalho, com aumento da ocupação, da massa salarial real, além do arrefecimento da inflação.
“Os programas de transferência de renda do governo colaboraram de maneira importante no crescimento do consumo das famílias, especialmente em alimentação e produtos essenciais não duráveis.”, completa Rebeca.
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No entanto, houve queda de 3,0% da Formação Bruta de Capital Fixo (uma medida de investimentos), com destaque para a queda de máquinas e equipamentos (-9,4%).
Já a Despesa do Consumo do Governo teve crescimento de 1,7% no ano.
As Importações de Bens e Serviços caíram 1,2% em 2023 enquanto as Exportações cresceram 9,1%. “Aqui, nota-se a influência do crescimento da produção de milho e soja e da extração de petróleo e minério de ferro, importantes commodities nacionais”, cita Rebeca.
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A taxa de investimento em 2023 foi de 16,5% do PIB, menor que a observada em 2022. A taxa de poupança, por sua vez, ficou em 15,4% em 2023 (ante 15,8% no ano anterior).
Do total de valor corrente de R$10,9 bilhões do PIB, R$ 9,5 bilhões foram referentes ao Valor Adicionado a preços básicos, enquanto R$ 1,4 bilhão aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
Revisões
O IBGE revisou para baixo os dados trimestrais sobre o desempenho da economia brasileira ao longo do ano passado: o dado do terceiro trimestre foi para 0,0%, ante uma expansão de 0,1% reportada antes.
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Também foram revisados para baixo os números do primeiro e segundo trimestres. Nos primeiros três meses de 2023, a alta passou de 1,4% para 1,3%, enquanto no segundo trimestre, passou de 1,0% para 0,8%.
(Com Reuters)