Internet: tente viajar sem ela!

O ano era 1997. Trabalhava em Londres. A Internet começava a se popularizar. A Apple era incipiente. A Microsoft caminhava a passos largos para ser a gigante que é hoje. Ninguém sabia direito o que era e como funcionava aquela tal de internet.

Paulo Panayotis

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O ano era 1997. Trabalhava em Londres. A Internet começava a se popularizar. A Apple era incipiente. A Microsoft caminhava a passos largos para ser a gigante que é hoje. Ninguém sabia direito o que era e como funcionava aquela tal de internet. Neste mesmo período, no Brasil, poucos privilegiados já navegavam pela rede mundial. Planejar, programar e reunir informações sobre as férias era um ato complicado, difícil, demorado. Jornais, guias turísticos impressos e amigos eram as principais fontes de consulta.

Anos luz

Hoje, menos de vinte anos depois, é impossível pensar em fazer as malas sem antes viajar pela web. “A rede está presente em todas as etapas do ciclo de viagem: do desejo de conhecer um destino, às reservas de hotéis, avaliações em redes sociais e compartilhamento de experiências com os amigos”. A frase, mais que concisa, é de autoria do ministro do Turismo, Vinícius Lages. Foi proferida na última semana de novembro de 2014, após participar de uma videoconferência online com representantes de alguns dos maiores sites de turismo do planeta. Valorizou, publicamente e com a merecida importância, o fenômeno que mudou a forma de planejar uma viagem.

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Quem não está na Internet simplesmente não está em lugar algum

“Estar no universo virtual se tornou essencial para o bom posicionamento de qualquer companhia”, complementou Lages. Obviamente ele está calçado em diversas pesquisas. Uma delas, por exemplo, mostra que 68% dos turistas estrangeiros que visitaram o Brasil durante a Copa do Mundo, tiveram, na internet, sua maior e mais completa fonte de informação. Não precisaria disto. Basta sonhar em viajar que, automaticamente, você pensa em uma tela de computador, um tablet, um “mobile”.

Reformular: caminho mais que natural

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Assim, a determinação do ministro de reformular o portal do Ministério do Turismo criando uma plataforma mais interativa é um caminho natural. E sem volta. Portanto não surpreende a força e o peso que tem dado aos portais de turismo, aos blogueiros, vlogueiros e mídias sociais. Natural também. Ninguém faz mais nada sem internet. Para mim, o paradoxal, é que quanto mais importante se torna a rede, mais força ganham os produtores de conteúdo exclusivo. Aquele portal que publica uma foto exclusiva. O blogueiro que divide com seus leitores um roteiro único. O viajante que dá uma dica imperdível.

Algo mudou e muito!

Sinal claro de que, quanto melhor e mais exclusivo o conteúdo, mais “bombante” seu post. Sempre apostei nisto. Mesmo quando criei um portal específico para dar dicas exclusivas dos locais por onde passei (e olha que foram muitos), sempre privilegiei a informação consistente, checada, vivida. Mais exemplos? Dados apontam que mais de 86% dos usuários procuram fotos de destinos tiradas por outros usuários. Mais de 45% destes mesmos viajantes evitam comer em restaurantes que não possuem avaliação nas redes sociais. Outra pesquisa aponta que, pelo menos 57% dos visitantes de um mega portal de turismo acabaram viajando sem ao menos terem programado a viagem. Acharam uma promoção super atraente e compraram.

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No internet, no trip

Assim como o  ministro, o mercado já se deu conta de que é impossível viajar sem dar uma passadinha, antes, pela internet. Isto está provocando uma revolução. Uma revolução que ainda está sendo estudada. Muitos têm dúvidas ou receios em investir em (bom) conteúdo na internet. É verdade que ainda há muito joio e pouco trigo na rede. Mas é uma questão de (pouco) tempo para que os bons produtores de conteúdo se consolidem e os “copy & paste” da vida procurem outra atividade. Competitividade excessiva? Pode até ser. Mas quem confia em seu taco sobreviverá. Quem viver viajará! 

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