Vivo (VIVT3) divulga fortes resultados mais uma vez, impulsionados por pós-pago

A companhia apresentou seu balanço na noite de terça-feira (20), com números positivos e considerados próximo do consenso por analistas

Camille Bocanegra

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A Telefônica Brasil/Vivo (VIVT3) apresentou resultados compatíveis com as boas expectativas de analistas e trouxe lucro acima do esperado no balanço divulgado na noite de ontem (20). Com alta anual de 42,1% no lucro líquido do quarto trimestre de 2023 (4T23), a companhia apresenta “crescimento consistente nas receitas móveis e sucesso na migração de clientes para planos de preços mais elevados”, de acordo com a análise do research da XP. A corretora considera o nome como compra, com preço-alvo em R$ 61,00 para final de 2024.

Um dos pontos de destaque do balanço para a XP foi o aumento de receitas pós-pagas em 11,3% na comparação anual. Hoje, o segmento representa 83% das receitas de serviço móvel e o crescimento se deu tanto por migrações do pré-pago quanto pela aquisição de novos clientes, além de ajustes anuais de preço. O cancelamento (churn, no termo em inglês) no segmento também atingiu seu menor nível histórico e a receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês) chegou ao maior patamar dos últimos quatro anos, com crescimento de 8,1% em relação ao mesmo período de 2022.

“Os resultados da Vivo superaram as nossas expectativas e as do mercado. Apesar de uma forte valorização de 33% nos últimos 12 meses, continuamos construtivos com a tese de investimento, que combina defensividade, dividendos e fluxo de caixa crescente. A Vivo acelerou significativamente o seu crescimento orgânico através de uma execução sólida na consolidação do setor de telefonia móvel. Adicionalmente, a empresa acelerou também seu crescimento em fibra, combinando expansão dos acessos com aumento de ARPU”, consideram os analistas Bernardo Guttmann e Marco Nardini, do Research da XP.

A análise do Goldman Sachs considera que os resultados gerais indicam ventos favoráveis da consolidação do mercado móvel de 5 para 3 players e entende que o ambiente se apresenta mais competitivo para melhoria para fibra, considerando o crescimento de 3% na comparação anual de receita média de usuários do segmento.

O Bradesco BBI analisou os dados como neutros para os papéis da Telefônica/Vivo por apresentarem números em linha com as estimativas do mercado. A divisão de análise do banco sugere que a atenção do mercado deverá se voltar para uma provável desaceleração de crescimento do ARPU. A preocupação se materializa especialmente em relação ao segundo semestre de 2024, uma vez que a base de comparação se tornaria mais desafiadora. O BBI classifica o nome como neutro, com preço-alvo estabelecido em R$ 55,00, e considera que os papéis negociam com rendimento de dividendos de aproximadamente 7% em 2024.

A performance atual dos papéis, que apresentam valorização de 32,79% nos últimos 12 meses, seria apoiada pelo momento de fortes resultados, de acordo com o BTG Pactual. Na análise do banco, a companhia negocia com múltiplos de 15,8 vezes o preço sobre lucro (P/L) para fim de 2024, melhor posicionada que as concorrentes globais no setor (que, em média, apresentam múltiplos de 10 vezes o P/L). Os resultados, portanto, consolidam a visão de momento operacional positivo e apoiam o avanço dos papéis. Para o BTG, o rendimento de dividendos da companhia é calculado em 8,5% e visto como atrativo. O nome é considerado como compra, com preço-alvo em R$ 55,00.