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Pioneira no desenvolvimento de parques eólicos para geração de energia eólica, a Casa dos Ventos, empresa da família Araripe, caminha para ser também a “Casa do Sol”, dentro de seu plano de crescimento na oferta de energias renováveis. Ao final do próximo ano, ou começo de 2026, cerca de 25% da capacidade de geração da companhia deverá vir da fonte solar, que começa a ganhar espaço na companhia.
Segundo o diretor executivo, e acionista, Lucas Araripe, a empresa desenvolve projetos em solar – híbridos e isolados – que vão alcançar um total de 1,1 gigawatt (GW) de potência instalada. A geração híbrida vai ocorrer em parques eólicos em operação ou em fase de implantação na região Nordeste. Ele citou Babilônia Centro e Babilônia Sul, na Bahia, e Serra do Tigre e Rio do Vento, no Rio Grande do Norte. Os híbridos vão ser aprovados ao longo dos próximos meses, afirmou.
Os projetos solares isolados, conforme informação do executivo, estão previstos para serem instalados nas regiões Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso do Sul e Matogrosso) e Sudeste (Estado de São Paulo), somando entre 400 MW e 500 MW. No todo, estão previstos pela empresa desembolsos de R$ 3 bilhões na geração solar, com menos de dois anos de implantação e início de geração.
Araripe destacou que a geração solar tem uma velocidade maior para entrada em operação e que a Casa dos Ventos, pelo seu potencial de compras de equipamentos, conseguiu encomendar painéis e módulos solares a valores mais competitivos. “Escala maior de encomenda traz eficiência, principalmente na geração solar”, ressaltou o executivo.
No ano passado, a empresa fez a maior aquisição do mundo com a Vestas, multinacional fabricante de aerogeradores. A operação envolveu 291 turbinas. Esse grupo de máquinas tem capacidade para gerar 1,3 GW de energia eólica, conforme informou. “Somos o maior cliente da Vestas na América Latina”, acrescentou Araripe.
Em coletiva com jornalistas nesta terça-feira (20), a empresa atualizou seu plano de investimentos até 2026 nos dois tipos de geração de energia renovável. O pacote está orçado em R$ 12 bilhões, incluindo projetos já em andamento e outros que serão definidos até o final do ano. Caso de fazendas solares isoladas.
O executivo informou que, em geral, 70% dos recursos vêm de fontes de financiamento de longo prazo, como as do banco de fomento BNDES e Banco do Nordeste do Brasil (BNB), e de dinheiro captado no mercado de dívida. Por exemplo: debêntures incentivadas. A diferença dos aporte total (R$ 3,5 bilhões), ele disse que é bancada por recursos próprios da companhia.
Com isso, a Casa dos Ventos prevê chegar ao final de 2025 com capacidade de geração instalada total de 4,2 GW, dos quais 3,1 GW de geração eólica. Hoje, a Casa dos Ventos já dispõe de 1,8 GW em operação. A outra parte (1,3 GW) encontrava-se, ao final do ano passado, na etapa de conclusão dos projetos, com total de desembolso de R$ 8 bilhões em dois anos. O Babilônia Centro (550 MW) teve financiamento de R$ 3,2 bilhões do BNDES e Serra do Tigre (750 MW), apontado por Araripe como o maior em execução, com PPAs (compromisso de compra da energia) corporativos, está avançado.
O executivo destacou que a Casa do Ventos ganhou fôlego financeiro com a entrada em seu capital, no início do ano passado, da francesa TotalEnergies. A multinacional petrolífera e de energias comprou 33% da companhia brasileira, fazendo uma forte capitalização. Segundo Araripe, a sócia trouxe também outras contribuições na parceria. “Aportou suporte técnico e conhecimento em energia para projetos sustentáveis, além de compromisso com o crescimento da companhia”, disse.
Na visão de Araripe, hoje o grande desafio é gerar demanda para novos projetos. “Precisamos trazer novos setores consumidores, caso dos eletrointensivos”, disse. Ele citou os data centers. Outro exemplo é a eletrificação de alguns processos industriais. como geração de vapor, que hoje usa óleo diesel (combustível fóssil). Sem deixar de dizer a produção de hidrogênio verde, que poderá ser utilizado por indústrias que têm grande consumo de energia, caso de siderúrgicas. “Podemos desenvolver, com minério de ferro do país, o HBI (hot briquetted iron), matéria-prima verde para fabricação de aço”. Além de fertilizantes, na fabricação de amônia.
Essas e novas frentes de uso sustentáveis que requerem energia renovável, segundo o executivo, vão potencializar o crescimento da Casa dos Ventos, que já está se estruturando para atuar com maior ímpeto no varejo de energia, com uma comercializadora. “Vamos crescer nesse segmento de negócio. onde já fizemos trading de 1 GW médio de energia no ano passado”, disse o executivo, que não descarta uma fusão ou aquisição nessa área para ganhar tempo e acelerar a expansão.
A Casa dos Ventos, que foi criada em 2007 sob a liderança do empresário Mário Araripe, divulgou sua nova identidade de marca, que inclui a sócia francesa no nome. Segundo informa, a marca ganha o endosso da nova sócia nessa fase atual da companhia. A logomarca ressalta que está associada à TotalEnergies.