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Analistas que cobrem as ações do Magazine Luiza (MGLU3) viram como positiva a notícia de aumento de capital privado de até R$ 1,25 bilhão da companhia, anunciado na noite do último domingo (28). Com isso, no início da sessão, os ativos MGLU3 chegaram a saltar até 9,62%, a R$ 2,28, nesta segunda-feira (29), mas depois perderam força em linha com o movimento de mercado e fecharam em queda de 0,48%, a R$ 2,07.
Em relatório, o Goldman Sachs apontou ver mérito estratégico na transação, uma vez que deverá proporcionar à empresa maior flexibilidade financeira para investir em iniciativas-chave de crescimento.
“Destacamos também que a transação proposta poderá reduzir a preocupação dos investidores quanto à possibilidade de uma oferta subsequente pesar no preço das ações. Além disso, vemos mérito no fato dos acionistas controladores terem garantido grande parte do aumento de capital (até 80% da colocação), pois demonstra sua confiança na estratégia traçada”, avalia o banco.
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A família da executiva Luiza Trajano entrará com R$ 1 bilhão na operação. O BTG Pactual se comprometeu a ficar com R$ 250 milhões em ações e também terá papel importante de financiador na parte dos recursos que a família vai aportar.
O banco de André Esteves, segundo o fato relevante, se comprometeu a “exercer integralmente os direitos de preferência para aquisição de ações cabíveis aos controladores da Companhia, assim como participar da rodada de sobras, e subscrever até R$1 bilhão de ações” do Magalu. Isso será feito por meio de uma operação de troca de resultados de fluxos financeiros futuros – uma operação chamada de “Total Return Swap”.
O JPMorgan também destacou “saudar a transação”, que traz algumas novidades para a estrutura de capital, reduzindo a alavancagem ajustada, de 6,3 vezes (projetada pelo JPMorgan para 2024) para uma ainda alta alavancagem de 5,7 vezes, além do peso das despesas financeiras no balanço. Isso ao mesmo tempo que mantém um ritmo elevado de investimentos em pilares-chave de criação de valor (marketplace, nuvem, anúncios, etc.).
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“Em suma, esperaríamos uma reação positiva no preço das ações, especialmente considerando que MGLU3 é uma ação altamente vendida (com uma grande posição short) de cerca de 14% do free-float”, aponta o JPMorgan.
O Bradesco BBI também apontou considerar justa uma reação positiva a esta notícia, considerando não apenas o alívio do balanço, mas também o compromisso firme da família controladora em injetar dinheiro no negócio.
“A onerosa estrutura de capital do Magalu – e, portanto, as despesas financeiras – tem sido um dos principais entraves aos resultados financeiros e ao fluxo de caixa nos últimos anos. No início de 2024, este aumento de capital surge num momento favorável, já que as taxas de juro diminuíram e a originação de crédito deve melhorar e, portanto, o consumo discricionário estará sujeito a se beneficiar destas condições”, aponta. Assim, este movimento, aliado à tendência contínua de expansão de margem, poderá levar o Magalu a reverter suas perdas e finalmente apresentar lucro novo líquido positivo em 2024.
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“Esperamos ver como o perfil de geração de caixa evoluirá nos próximos trimestres respaldado por uma estrutura de balanço patrimonial melhorada/mais leve e flexibilização das condições macroeconômicas”, complementa o banco.
O Citi destaca que a gestão da companhia reiterou que possui posição de caixa, enquanto a mensagem é que o aumento de capital deve ser um “combustível extra” do que uma urgência em si. “O compromisso de um acionista majoritário de injetar capital é um sinal positivo, na nossa visão, especialmente no contexto de taxas de juros elevadas e competição acirrada”, avalia o banco. O Citi estima uma queda da relação entre dívida líquida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês) de 1,9 vez para 1,3 vez.
“Com o foco renovado na lucratividade, o Magalu deve expandir a margem Ebitda (atualmente entre 6% e 7%) e uma posterior diluição das despesas financeiras”, avalia.
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O Citi tem recomendação de compra (mas com alto risco) para as ações do Magalu, com preço-alvo de R$ 3,40, ou potencial de alta de 63% em relação ao fechamento de sexta-feira (26). O JPMorgan, por sua vez, tem recomendação neutra para os ativos, mas sem preço-alvo definido; o Goldman Sachs também tem recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 2,40, ou upside de 15% frente o fechamento de sexta.
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