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MOSCOU (Reuters) – O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu nesta quinta-feira continuar lutando na Ucrânia até que Moscou consiga a “desmilitarização”, a “desnazificação” e a neutralidade do país, a menos que Kiev aceite um acordo que atinja esses objetivos.
Respondendo a perguntas do público, da imprensa e, a certa altura, dos soldados da linha da frente, Putin assumiu uma posição intransigente em relação à Ucrânia, em uma entrevista coletiva de quatro horas realizada após ele confirmar que buscará outro mandato presidencial de seis anos nas próximas eleições, em março.
Putin, agora com 71 anos, disse aos russos que os seus objetivos iniciais na Ucrânia não mudaram, e que as forças russas tomaram a iniciativa no campo de batalha na “operação militar especial” iniciada em 24 de fevereiro de 2022.
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“Praticamente ao longo de toda a linha de contato as nossas Forças Armadas estão, digamos, melhorando modestamente a sua posição. Praticamente todas estão numa fase ativa de ação”, disse Putin.
Desde o início da guerra, Kiev intensificou seus esforços pela adesão à Otan e à União Europeia, medidas que considera vitais para a sua autodefesa e independência da Rússia, mas às quais Moscou se opõe.
Putin reiterou a sua opinião de que a expansão da aliança militar ocidental para o leste foi a principal causa da guerra — uma opinião rejeitada pelo Ocidente, que vê Putin como o agressor.
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“Haverá paz quando alcançarmos os nossos objetivos… Quanto à desmilitarização, se eles (os ucranianos) não quiserem chegar a um acordo — bem, então seremos forçados a tomar outras medidas, incluindo medidas militares”, disse.
“Ou conseguimos um acordo, concordamos com certos parâmetros (sobre o tamanho e a força das Forças Armadas da Ucrânia)… ou resolvemos isso pela força. É por isso que vamos nos esforçar.”
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, disse que as negociações com a Rússia são impossíveis até que todos os soldados russos tenham sido expulsos do território ucraniano, e busca mais assistência do Ocidente para defender o seu país.
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Kiev e os seus aliados também rejeitam a sugestão de Putin de que Zelenskiy, um judeu, lidere um “regime nazista”.
Putin, o líder supremo da Rússia durante mais de duas décadas, apresentou-se como o homem certo para continuar a liderar o país em meio a um conflito que considera existencial para a sobrevivência da Rússia. Kiev e os seus aliados ocidentais vêem a guerra na Ucrânia como uma apropriação de terras não provocada de estilo imperial.