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A brasileira Agrion inaugura nesta quarta-feira (29) sua primeira fábrica de fertilizantes organominerais. A unidade está instalada ao lado da usina Aroeira, em Tupaciguara (MG), a 600 quilômetros da capital mineira, próxima a Itumbiara, na divisa com Goiás.
A construção levou praticamente 12 meses para ser concluída e demandou investimentos de R$ 30 milhões, assumidos integralmente pela Agrion. A empresa estruturou um CRA no valor do projeto para financiar a obra.
O projeto é desenvolvido em parceria com a Aroeira. A usina fornece os insumos orgânicos, residuais do processo industrial (torta de filtro, vinhaça e energia). Com a matéria-prima, a Agrion adiciona o trio de fertilizantes NPK e cria mais de 400 formulações, divididas em cinco linhas de produtos.
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“Temos um contrato de dez anos com a Aroeira, renováveis por mais dez. Assim, conseguimos acesso aos insumos e a usina tem prioridade no fertilizante, na formulação mais adequada”, disse Érnani Judice, CEO da Agrion, ao IM Business.
A unidade inaugurada hoje tem capacidade para produzir até 60 mil toneladas de fertilizantes por ano, dependendo do tipo de produto, suficientes para cobrir 100 mil hectares de lavoura. Aproximadamente 50% da produção será destinada à Aroeira.
Segundo Judice, a usina tem 40 mil hectares plantados com cana. O fertilizante não consumido pela usina será comercializado com fornecedores da unidade e outros produtores dentro de um raio de 200 quilômetros, de onde virá a maior parte dos recursos para monetizar o projeto.
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O modelo de negócio da Agrion segue uma lógica particular. A empresa busca parceiros que ancorem a instalação da fábrica e forneçam os insumos básicos. Na outra ponta, o parceiro vê seus custos logísticos e de aquisição de fertilizantes serem reduzidos.
No caso da Aroeira, a usina terá uma economia de aproximadamente R$ 15,5 milhões, apenas no primeiro ano de operação. Além do fertilizante mais barato, a usina ganha uma participação na venda do fertilizante excedente e tem uma geração adicional de CBios (créditos de descarbonização) para ser comercializado.
“Já temos 15 memorandos de entendimento assinados para instalação de novas fábricas. Queremos fazer 20 unidades ao longo dos próximos dez anos”, afirma Judice.
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Por enquanto, o setor sucroenergético tem sido o foco da Agrion. A segunda unidade será instalada em uma usina em Pernambuco, prevista para o primeiro trimestre de 2024. Porém, Judice diz que já tem conversas com outros segmentos que, sem sua avaliação, podem ser interessantes, como confinamentos e indústrias de papel e celulose.
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