Novo tema: Política Fiscal

Discussões, pautas e projetos de Política Fiscal ganham os holofotes - de novo

Alexandre Aagesen

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A treasury de 10 anos não chegou a soltar completamente, mas já podemos ver a mudança de narrativa. Nos últimos dias, o Brasil voltou a operar fiscal local, ainda com um olho na treasury, claro, mas já não é monotemático (pelo menos por enquanto). Abra qualquer jornal, morning call ou chat de mercado e todos vão estar falando da meta fiscal de 2024 e seus impactos de curto e médio prazo. Um que não quer pautar a mudança, outro que argumenta que deveria ficar pra depois, alguém no mercado que falou que vai ter déficit de 1.2% do PIB, outro que fala sobre contingenciamento obrigatório e limite de despesas pra 2025… e, no final, um juro real abrindo muito mais que o nominal. É boa notícia. Não o juro real abrir ou o fiscal em si, mas simplesmente a gente falar de (e operar) fiscal de novo. Os próprios policy makers querem o feedback do mercado para cada política proposta e isso se perde se olharmos só pra T10y.

E hoje teremos a ata completa do Copom. Não espero nenhuma surpresa (por definição) em relação ao comunicado, a não ser talvez uma ênfase maior no fiscal (olha ele aqui de novo). O comunicado já falou sobre política fiscal, mas sem grande ênfase: na ata, o recado pode ser mais latente, mas sem exageros. Provavelmente, só vai sublinhar o impacto de um fiscal mais frouxo nas decisões de política monetária. Não que mude o plano de curto prazo: Selic cai de novo em dezembro e fevereiro, mas talvez mude o pace de março em diante.

“Se em Roma, sê romano”. O editorial dessa coluna é não repetir o que vai ser falado em outros morning calls, mas cá estou falando de política fiscal ao longo da coluna inteira. Vai fazer preço, não dá pra fugir, e, mais do que isso, é uma fuga do mono-tema anterior. Ninguém mais aguentava falar da treasury de 10 anos. E, por falar nisso, viram a treasury de 10 anos? Ontem voltou a abrir, mas num movimento menor. Esperemos que tenha sido apenas um desvio rápido de uma nova tendência de queda que se iniciou na semana passada. Junto com ela, o MOVE voltou a subir também (fazia tempo que eu não falava dele). Essa tônica não mudou. MOVE na lua, VIX no chão, já desde o começo do ano. Me pergunto se significa alguma coisa.

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Alexandre Aagesen

Com mais de 16 anos de mercado financeiro, é CFA Charterholder, CAIA Charterholder, autor do livro "Formação para Bancários", professor convidado e Investor na XP Investimentos