Dólar hesita de olho na queda externa e com meta fiscal no foco

O mercado de câmbio ajusta-se ao persistente sinal negativo do dólar lá fora em relação a outras divisas rivais e várias emergentes ligadas a commodities

Estadão Conteúdo

Dólar e Real (Foto: Getty Images)
Dólar e Real (Foto: Getty Images)

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O dólar está hesitante nos primeiros negócios desta segunda-feira, 6. Abriu com queda leve, chegou a exibir alta retomou sinal de baixa. O mercado de câmbio ajusta-se ao persistente sinal negativo do dólar lá fora em relação a outras divisas rivais e várias emergentes ligadas a commodities nesta manhã em meio a um discreto apetite por risco em Nova York e alta de mais de 1% do petróleo.

Na sexta-feira, 3, o relatório de emprego dos EUA, o payroll, e o PMI de serviços em outubro ficaram abaixo das previsões e reforçam expectativas de que o Fed não apenas não irá mais elevar seus juros básicos, como poderá já começar a reduzi-los a partir de maio do ano que vem.

Os ajustes locais são estreitos com investidores à espera de uma definição do governo sobre mudança na meta fiscal de 2024. Os investidores digerem ainda o boletim Focus e o resultado das transações correntes.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fica no foco em painel do BTG (9h15) e se reúne com o novo presidente da Caixa, Carlos Vieira (14h).

A mudança da meta fiscal de 2024 é dada como certa no Palácio do Planalto, mas a forma como isso será feito divide o governo. Até agora, a tendência é que a meta fiscal seja alterada para um déficit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) por meio de emenda parlamentar. Mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda tenta convencer o governo a não fazer uma mudança este ano.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a avaliação feita pela equipe econômica é de que existe um espaço temporal para perseguir o alvo ao menos até março, quando sai o primeiro Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do próximo ano. Os juros futuros podem ter viés de alta com os retornos dos Treasuries e o dólar aqui acompanhar o movimento visto ante moedas principais e maioria das emergentes.

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No Focus, a expectativa para o IPCA em 2023 seguiu em 4,63%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção piorou de 3,90% para 3,91%. Há um mês, era de 3,88%. Para 2025, que tem peso minoritário nas decisões do Copom, a projeção continuou em 3,50% pela 15ª semana consecutiva. As estimativas do Boletim Focus continuam acima do centro das metas para a inflação. Para 2023, a mediana está abaixo do teto da meta (4,75%) e, nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo e também superam o alvo central de 3,0%.

O resultado das transações correntes ficou negativo em setembro deste ano, em US$ 1,375 bilhão, melhor que a mediana do levantamento realizado pelo Projeções Broadcast, que apontava para déficit de US$ 1,60 bilhão. O intervalo ia de déficit de US$ 2,80 bilhões a superávit de US$ 1,10 bilhão. No entanto, os Investimentos Diretos no País (IDP) decepcionaram novamente e somaram US$ 3,752 bilhões em setembro, informou nesta manhã o Banco Central. No mesmo mês do ano passado, o montante havia sido de US$ 9,628 bilhões. Em agosto, entraram no País US$ 4,270 bilhões em IDP.

O resultado ficou abaixo do piso das estimativas apuradas pelo Projeções Broadcast, que iam de US$ 3,90 bilhões a US$ 6,80 bilhões. A mediana era de US$ 4,750 bilhões.

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Nos próximos dias, as atenções ficam ainda na ata do Copom (terça-feira, 7), que cortou a taxa Selic em 0,50 pp, a 12,25% ao ano, na semana passada, e em discurso do presidente do Federal reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, na quarta-feira (8).

Às 9h39 desta segunda, o dólar à vista tinha viés de baixa e estava cotado a R$ 4,8941, após cair até R$ 4,8896 (-0,14%) e de subir até R$ 4,9001 (+0,08%). O dólar para dezembro recuava 0,12%, a R$ 4,9095.

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