Conteúdo editorial apoiado por

Oncoclínicas: como uma clínica em BH virou um grupo em mais de 35 cidades

A empresa que fez o último IPO do Brasil, em 2021, levantou quase R$ 2 bilhões e colocou um plano agressivo de expansão em prática

Mariana Amaro

Publicidade

O Grupo Oncoclínicas, especializado em tratamentos para câncer, fez a sua abertura de capital em 2021 e arrecadou quase R$ 2 bilhões para seu caixa – um momento marcante para todo o mercado brasileiro já que este foi o último IPO que aconteceu no Brasil até hoje. Para a empresa, a situação foi igualmente emblemática e determinou um ponto de virada na empresa que começou como uma clínica com seis médicos e dez cadeiras em Belo Horizonte, em 2010.

A ‘semente’ da empresa, contudo, surgiu muitos anos antes, quando o mineiro Bruno Ferrari estudava medicina na faculdade, quando a oncologia ainda não fazia parte do currículo escolar. No seu quinto ano de residência em ginecologia e obstetrícia, Ferrari descobriu a mastologia e o estudo do câncer de mama. “Mudei todo o rumo da minha carreira e fui estudar oncologia. Meus colegas brincavam que eu ia me formar em residência”, relembra Ferrari, em entrevista ao podcast Do Zero ao Topo.

Leia também: Tirolez, Cobasi, XP: conheça as histórias de mais de 160 empresas

Continua depois da publicidade

Depois do estágio no Brasil, Ferrari foi estudar em Houston – uma referência mundial no tratamento ao câncer –. Lá, trabalhou no MD Anderson, um dos maiores cancer centers do mundo. “Ali eu tive a primeira lição sobre a oncologia: o paciente precisa ser visto de uma maneira integrada. Não é a doença de um médico, é de uma equipe multidisciplinar. É um exército contra uma doença. Você planeja uma estratégia e vai para os planos táticos que são os tratamentos”, afirma Ferrari. De lá, Ferrari voltou com a ideia de construir uma rede de clínicas particulares especializadas no tratamento do paciente com câncer.

Mais de 10 anos depois, ele, mais dois sócios e um grupo de seis médicos compraram uma clínica que daria origem ao grupo e conseguiram vender a ideia para um fundo de investimento que ‘comprou o powerpoint’. “Nascer já em conjunto com um fundo de venture capital nos fez olhar para a governança desde o primeiro ano. E fez muita diferença no crescimento e aceleração do grupo”, afirma Ferrari. Pouco depois, outro fundo de investimento entrou no negócio e acelerou a expansão, mas foi a chegada do Goldman Sachs, que fez da Oncoclínicas seu maior investimento proprietário no mundo, que o plano de expansão começou de fato. “Quando a Goldman entrou, nós tínhamos 13 clínicas e um EBITDA de R$ 25 milhões. Entregamos, no ano passado, um EBIDTA maior que R$ 700 milhões e em linha para entregar acima de R$ 1 bilhão esse ano”, afirma Ferrari.

Em 2020, com a necessidade de uma nova onda de crescimento, a Oncoclínicas se preparou para o IPO. “O que acontece [com o IPO] é uma transformação, mas como a gente não fez para os acionistas ganharem dinheiro, mas para inserir a companhia no mercado de capital, isso permitiu que aquele plano que a gente tinha elaborado fosse executado. Captamos R$ 1,7 bilhão e em seis meses a gente já tinha utilizado os recursos – e não casuisticamente”, diz. Com um mercado super fragmentado que apresentava oportunidades de M&A, a empresa faz um follow-on, que, segundo o fundador, foi importante para dar mais liquidez para o papel.

Continua depois da publicidade

Hoje, a Oncoclínicas é o maior grupo especializado em tratamento de câncer na América Latina e um dos maiores do mundo. Ainda assim, possui apenas 7% do mercado local, com 136 unidades em 35 cidades. Na busca por expansão e verticalização do tratamento, a Oncoclínicas firmou uma parceria com o Dana Farber Cancer Institute, afiliado à Harvard Medical School e uma referência no tratamento ao câncer, para abrir Cancer Centers no Brasil em colaboração com o Dana Farber. A primeira unidade dessa parceria já foi aberta em Belo Horizonte e outras serão abertas nos próximos meses – inclusive em São Paulo. “Não é só pela marca, é pelo processo. Eles fazem isso há 75 anos e ficamos dois anos estudando e fazendo ajustes inclusive em instalações para essa parceria sair”, afirma Ferrari. “Mas ainda somos tímidos: temos muito para crescer”, afirma.

Avenidas de crescimento

A Oncoclínicas possui algumas avenidas de crescimento. Uma delas, segundo Ferrari, é o crescimento orgânico de suas próprias unidades. “Nossas unidades vão crescer porque, infelizmente, a incidência de câncer vai aumentar e não há nada que a gente possa fazer contra isso, porque esta é uma das grandes variáveis é o envelhecimento da população. As taxas de incidências dos diversos tipos de câncer vão continuar aumentando, mas, felizmente, também vai aumentar o tempo e o número de tratamentos, porque eles serão mais acessíveis e eficazes” afirma o executivo. Por sua vez, esses novos tratamentos farão com que os pacientes vivam mais e melhor. “Você, conhecendo melhor a doença, oferece melhores tratamentos e isso tem um um impacto direto nas taxas de sobrevidas”, resume Ferrari.

Além disso, a incorporação de novas tecnologias, terá um impacto no custo da Oncologia. “Compramos, recentemente, uma empresa de IA em Boston e desenvolvemos nosso próprio programa de genoma. Fazemos o mapeamento genético dos tumores para fazer um tratamento cada vez mais personalizado”, explica.

Continua depois da publicidade

Outra vertente de crescimento do grupo são as parcerias com fontes pagadoras como as Unimeds, Porto e Golden Cross. “E outras virão. Porque essa é uma essa é uma maneira da gente oferecer para uma fonte pagadora sustentabilidade, custo efetividade e alta qualidade para o beneficiário deles”, afirma.

A história da empresa é o tema do episódio de hoje (25) do Do Zero ao Topo. O programa está disponível em vídeo no YouTube. O programa também está disponível nas principais plataformas de streaming como ApplePodcasts, Spotify, Deezer, Spreaker, Google Podcast, Castbox e Amazon Music.

Sobre o Do Zero ao Topo

O podcast Do Zero ao Topo entra no seu quinto ano de vida e traz, a cada episódio, um empreendedor(a) ou empresário(a) de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias usadas na construção do negócio.

Continua depois da publicidade

O programa já recebeu nomes como o Fernando Simões, do Grupo Simpar; Stelleo Tolda, um dos fundadores do Mercado Livre; o empresário Abílio Diniz; Rodrigo Galindo, chairman da Cogna; Paulo Nassar, fundador e CEO da Cobasi; Mariane Morelli, cofundadora do Grupo Supley; Luiz Dumoncel, CEO e fundador da 3tentos; José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner; Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos; e contou dezenas de histórias de sucesso. Confira a lista completa de episódios do podcast neste link.

Empreendedor de Alta Performance

CURSO ONLINE

Rian Tavares revela o segredo para gestão empresarial baseada em método de atletas de alto desempenho.

Mariana Amaro

Editora de Negócios do InfoMoney e apresentadora do podcast Do Zero ao Topo. Cobre negócios e inovação.