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Shein diz que quer ser mais brasileira – mas ainda não abre os números

Até 2026, a empresa quer que 85% dos produtos vendidos por ela no país sejam "made in Brazil"

Mitchel Diniz

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A Shein, popular no Brasil por vender roupas importadas a preços mais baixos do que os praticados pelas varejistas locais, quer ser vista como uma empresa mais brasileira. Com uma operação no país há pouco menos de dois anos, a chinesa divulgou um plano de investimentos da ordem de R$ 750 milhões, montou uma rede com centenas de fornecedores e aposta em uma produção própria, 100% nacional, se adaptando às características da nossa indústria e à modelagem de nossos corpos.

A empresa ainda não abre os números sobre o as vendas desses itens fabricados por parceiros em território brasileiro – o que ainda causa uma certa dose de ceticismo na concorrência em relação a esses planos.  “Tudo o que podemos dizer é que as vendas dos produtos locais estão acima do esperado”, afirma Fabiana Magalhães, diretora de produção local da Shein no Brasil.

A estrutura para produção no Brasil foi lançada oficialmente em abril deste ano, com metas ambiciosas. Até 2026, a Shein quer que 85% dos produtos vendidos pela empresa no país sejam made in Brazil – fabricados pelos seus próprios fornecedores (1P) ou de resellers do seu market place brasileiro (3P), também inaugurado há seis meses.

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A Shein Brasil possui, até agora, 336 fábricas fornecedoras cadastradas em 12 estados (Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Pernambuco, Bahia e Rio Grande do Norte). Do total, 213 já receberam ao menos um pedido da empresa. A produção está mais em Santa Catarina e em São Paulo, onde também ficam os cinco galpões logísticos da Shein. O objetivo é ter 2 mil fornecedores até 2026.

De acordo com a empresa, desde o anúncio da produção local, mais de 4 mil modelos foram fabricados pelos parceiros.

Entre os best sellers das coleções brasileiras, até agora, estão um pijama vendido a R$ 36, calças jeans entre R$ 90 e R$ 130 e um vestido considerado “super case” pela empresa, que custa R$ 52. “A cultura da empresa é custo-benefício”, diz Fabiana.

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Fabiana Magalhães, diretora de produção local da Shein

Esta semana, o perfil da Shein Brasil no Instagram, com mais de 10 milhões de seguidores, lançou uma webseries mostrando os bastidores da criação e produção das peças 100% brasileiras. O engajamento das redes sociais tem muito a ver com o modus operandi da companhia. Afinal, o sucesso das coleções é definido por algoritmos, que passam a ordem aos fornecedores de acordo com a procura pelos produtos.

O tempo entre o registro do pedido no sistema da Shein e a entrega do produto é de 30 a 40 dias. Mas em uma semana, o algoritmo já consegue identificar se a peça é um sucesso ou um fracasso. “O próprio sistema define o tempo da reposição”, explica a diretora de produção.

Até lá, a varejista também quer estar preparada para exportar peças brasileiras para outros países da América Latina e se tornar o principal hub da região.

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Por enquanto, a produção nacional é inteiramente voltada à moda feminina, mas isso não deve durar muito tempo. A Shein Brasil sinaliza que o lançamento de coleções masculinas vai ocorrer muito em breve e terá papel relevante para que as metas da empresa para daqui a três anos sejam concretizadas.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados