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A implementação do arcabouço fiscal, aprovado neste ano e que terá em 2024 seu primeiro desafio de execução, será um dos pontos fundamentais para o Brasil retomar o grau de investimento, na avaliação de Samar Maziad, vice-presidente da agência Moody’s. Desde fevereiro de 2016 o rating soberano brasileiro na agência está em Ba2, duas notas abaixo do grau de investimento.
“Eu estou otimista [com o Brasil], mas penso que o fator-chave para nós será a mudança importante no quadro fiscal”, disse Samar, em evento com investidores. A analista diz que a sinalização do governo de cumprimento da meta, com déficit zero no próximo ano é uma sinalização importante, mas será necessário mostrar empenho para alcançar esse objetivo, visto como ceticismo pelo mercado.
“A continuidade da política [fiscal] e seguir seu cronograma serão importantes no processo, se o país quiser subir esses dois degraus”, prossegue Samar. “[O cronograma apresentado pelo governo] nos dá tempo para monitorar sua implementação e desempenho.”
A executiva reconheceu que o Brasil melhorou desde a retirada do grau de investimento, mas as mudanças que ocorreram no mundo no mesmo período mostram que o desafio para a retomada do rating de crédito ainda não acabou.
“O Brasil melhorou em relação a si mesmo desde 2015, mas o mundo está mudando. Há mais risco político, risco geopolítico, entre outros aspectos. Ainda há alguma coisa antes do grau de investimento. Que tal darmos um passo de cada vez?”, concluiu.