123Milhas maquiou contabilidade e emitiu passagens “promo” em esquema de pirâmide, diz relator de CPI

Deputado Ricardo Silva (PSD-SP) pediu o indiciamento de oito pessoas ligadas à empresa, entre elas os sócios-fundadores Ramiro e Augusto Soares Madureira

Paulo Barros

LUIS LIMA JR/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
LUIS LIMA JR/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

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A 123Milhas usou contas bancárias de familiares e empréstimos para maquiar contabilidade e esconder rombo financeiro, e pode ter criado promoção de passagens baratas (“linha promo”) apenas com o intuito de criar um esquema de pirâmide financeira para se manter de pé, disse o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, o deputado Ricardo Silva (PSD-SP), em relatório divulgado nesta segunda-feira (9).

“É possível que a Linha Promo tenha funcionado como um esquema de pirâmide/esquema ponzi, em que o valor obtido com novas compras era utilizado para emitir passagens de clientes mais antigos e, claro, enriquecer os sócios, até o esquema ruir”, disse Silva.

O parlamentar pediu o indiciamento de oito pessoas envolvidas na suposta fraude, entre elas os irmãos Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, sócios-fundadores da empresa.

A 123Milhas entrou no radar da CPI em agosto após suspender a emissão de bilhetes aéreos. Mais tarde, pediu recuperação judicial.

As pessoas são acusadas dos crimes de estelionato, gestão fraudulenta, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

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Uma apuração da CPI com ajuda da Polícia Federal e do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), revelou o repasse de “verba bilionária” de publicidade para uma agência com capital social baixo, de apenas R$ 10 mil, que descobriu-se estar no nome do pai dos sócios Ramiro e Augusto Soares Madureira.

O relatório da CPI, que finda na próxima quarta-feira (9), também chamou atenção para “os diversos empréstimos que a 123Milhas contraiu no período em que os sócios já falseavam as demonstrações financeiras da empresa, especialmente junto ao Banco do Brasil”.

“Dezenas de milhões de reais foram disponibilizados à 123 Milhas e acabaram desviados”, afirma o relatório.

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O pedido de indiciamento feito pelo relator da CPI é feito na forma de recomendação ao Ministério Público Federal, que é responsável por decidir pela abertura dos inquéritos.

Confira a lista de nomes para sugestão de indiciamento pelo MPF:

Paulo Barros

Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas