Grupo Casas Bahia (BHIA3) consegue evitar antecipação de vencimento de debêntures, mas ação fecha em forte queda

Como contraparte, os CRIs serão acrescidos de um spread e companhia pagará um prêmio aos detentores dos papéis

Vitor Azevedo

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O Grupo Casas Bahia (BHIA3) anunciou na manhã desta terça-feira (3) que conseguiu chegar a um acordo com credores para evitar o adiantamento dos vencimentos de debêntures.

As ações ordinárias da varejista entraram em leilão às 10h46 (horário de Brasília) por conta da divulgação do fato relevante, publicado às 10h51. A ação voltou a negociar às 11h17, caindo 1,59%, a R$ 0,62. A baixa se intensificou mais ainda com a aversão a risco geral do mercado, que afetou especialmente os papéis do varejo. Os ativos BHIA3 fecharam em queda de 7,94%, a R$ 0,58.

A dívida em questão, um certificado de recebíveis imobiliários (CRI) com lastro na oitava emissão de debêntures da empresa, foi emitida em 2022, na ordem de R$ 420 milhões.

Uma das cláusulas restritivas da emissão impunha que os financiadores poderiam antecipar a cobrança no caso de a avaliação de rating da varejista cair – o que aconteceu no começo de setembro, com a S&P revisando a classificação da debêntures de brAA- para brA-. É o não exercício dessa cláusula que foi decidida hoje, na reunião convocada pela securitizadora Opea.

Como contraparte, o Grupo Casas Bahia anunciou que os CRIs serão acrescidos de um spread complementar de 0,55% e que a companhia pagará um prêmio flat equivalente a 0,25%, multiplicado pelo prazo médio ponderado remanescente.

O pagamento do Prêmio será efetuado no ambiente da B3, sendo certo que somente farão jus ao Prêmio os Titulares dos CRI que forem titulares dos CRI no fechamento do dia útil imediatamente anterior à Data de Pagamento do Prêmio.

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A decisão dos credores afasta o temor de que a varejista poderia enfrentar problemas maiores.

Em um mau momento de caixa, ela chegou, recentemente, a fazer uma oferta subsequente de ações (follow on) pra fortalecer seu capital de giro – movimento que ainda teve baixa performance, já que do R$ 1 bilhão visado foram levantados apenas R$ 622 milhões através da emissão. A antecipação da dívida, para analistas, pioraria novamente a situação do Grupo Casas Bahia.