Itaú (ITUB4) e BB (BBAS3) serão destaques positivos do 3º tri; recuperação do Bradesco (BBDC4) vai ficar para 2024, diz JPMorgan

Qualidade dos empréstimos e o crescimento no volume de crédito vão ser os principais pontos para se ficar de olho na próxima temporada

Mitchel Diniz

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Com a proximidade de mais uma temporada de divulgação de resultados trimestrais pelas empresas listadas na Bolsa, o JPMorgan soltou uma prévia do desempenho esperado para os bancos brasileiros no terceiro trimestre de 2023. A qualidade dos empréstimos e o crescimento no volume de concessões de crédito vão ser os principais pontos para se ficar de olho, segundo os analistas Yuri Fernandes, Guilherme Grespan e Marlon Medina.

Ainda que os dados mais recentes do Banco Central indiquem uma estabilização da inadimplência do varejo, houve uma piora na qualidade do crédito concedido e pequenas e médias empresas. O efeito Americanas (AMER3) ainda deve ser sentido na inadimplência do segmento large corporate e o programa Desenrola, de renegociação de de dívidas, tende a ter impacto suave nos balanços, sobretudo no Banco do Brasil (BBAS3).

Os dados disponíveis até julho, aliás, mostram o BB como uma exceção, com empréstimos crescendo na comparação com o segundo trimestre deste ano. Nos demais “bancões”, o volume de concessões vem caindo, na comparação entre os períodos.

O JPMorgan tem recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para a ação do banco e preço-alvo de R$ 61. Na tese de investimento, os analistas destacam o portfólio defensivo do banco, com mais de 60% da carteira relacionada a empréstimos do agronegócio, e retorno sobre patrimônio em linha ou até mesmo acima do de seus pares privados – apesar de ser negociado a múltiplos menores.

Dentre os grandes bancos, o JPMorgan acredita que o Itaú (ITUB4) deve ser, novamente, um destaque positivo, enquanto a recuperação do Bradesco (BBDC4) deve ficar somente para o ano que vem.

“Esperamos que a formação da inadimplência continue elevada, particularmente para Bradesco”, afirmam os analistas. Ainda que a performance do banco se confirme pior que a dos seus pares no terceiro trimestre, o JPMorgan se mantém positivo em relação a Bradesco no médio prazo.

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“Receitas e qualidade de crédito têm sido desafiadores ultimamente, mas acreditamos que o atual valuation da ação reflete essas questões”, diz a tese de investimento. O JPMorgan tem recomendação overweight para o papel e preço-alvo de R$ 20.

O banco também tem recomendação de compra para ações do Itaú. A tese de investimento do JP Morgan é a de que o banco tem sido o mais proativo em ajustar seu modelo de negócios a um ambiente mais desafiador.

Nos cálculos do banco, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander Brasil (SANB11), juntos, devem reportar lucro líquido da ordem de R$ 25,234 bilhões no terceiro trimestre de 2023. A cifra é 2% maior que a registrada um ano antes e 4% superior à soma do lucro das instituições no segundo trimestre.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados