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IRB (IRBR3): Crescimento do mercado ressegurador no Brasil foi de baixa qualidade, diz executivo

Concentração do mercado se ampliou, com os cinco maiores resseguradores superando a fatia de 60%; grupos verticalizados cresceram mais

Equipe InfoMoney

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O crescimento do mercado brasileiro de resseguros (de empresas que indenizam seguradoras) foi grande nos últimos anos, mas considerado de “baixa qualidade”, segundo o vice-presidente financeiro do IRB (Re) (IRBR3), Rodrigo Botti, que participou nesta terça-feira (26) da 38ª Edição da Fides, maior evento de seguros da América Latina, que acontece no Rio.

Conforme Botti, o mercado brasileiro registrou um aumento na retenção de riscos, mas com uma migração de prêmios (preço pago do seguro) para fora do país. Ele cita que os prêmios cedidos por seguradoras brasileiras aumentaram 233% entre 2018 e 2022, enquanto houve um crescimento de 284% no crescimento das resseguradoras offshore.

Nesse sentido, Botti apresentou dados do IRB e da Superintendência de Seguros Privados (Susep) apontando que a companhia brasileira listada na Bolsa perdeu participação de mercado. Entretanto, a concentração aumentou, com os cinco maiores resseguradores superando a marca de 60% do mercado.

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Entre os grupos que ganharam participação no período estão os chamados “verticalizados”, que usam as resseguradoras para ganhar competitividade, tais como a Mapfre e a Allianz, que ingressaram no grupo das cinco maiores, com Lloyd e Swiss Re perdendo participação e saindo do topo do ranking.

Executivo do IRB vê movimento oposto no Brasil

Para Botti, esse não é o movimento que se vê nos mercados mais desenvolvidos, onde há um incentivo à retenção de riscos, o que aumenta a poupança interna. O modelo de crescimento, reforçou ele, precisa ser “mais adequado aos interesses locais”.

Segundo ele, após 15 anos de mercado aberto, o mercado ressegurador brasileiro precisa avançar e escolher entre o modelo americano, que aposta no crescimento colateral, associado ao do mercado segurador, e o europeu, que incentiva a presença local.

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Mesmo diante desses desafios, o executivo vê espaço para crescimento, já que o “gap de proteção no Brasil é de R$ 420 bilhões, em prêmios de resseguros”.

Enquanto o mercado de resseguros cresceu 12% no período, o gap de resseguro, ou seja, os prêmios que não são segurados, subiram 20%, apontou.

Além disso, reforçou, é maior do que a média da América Latina. “É necessário diminuir o gap e aumentar o total de ativos das seguradoras”, defendeu.

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Rodrigo Botti, vice-presidente financeiro do IRB (Re), esteve na Fides 2023. Foto: Divulgação

IRBR3: Frentes de crescimento

O vice-presidente do IRB elencou ainda oito frentes de atuação importantes para alavancar o crescimento da companhia.

Entre eles estão o mercado agro, com a substituição do crédito subsidiado pelo seguro subsidiado; o desenvolvimento de produtos contra catástrofes naturais, caminho que tem sido trilhado por vizinhos, como o Uruguai; o desenvolvimento de produtos de Responsabilidade Civil para veículos, de proteção contra acidentes de trabalho, de vida, e de resseguro para planos de saúde e fundos de pensão.

Além disso, destacou ele, há necessidade de alterar as regras de investimento, com mais flexibilidade para uso de imóveis como ativos garantidores.

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Por fim, falou da importância da proteção de bens púbicos. “Temos mais de R$ 1 trilhão de bens públicos, estradas, hospitais, sem proteção”, disse.

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