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Ibovespa recua 0,12% nesta sexta e acumula baixa de 2,31% na semana, com peso dos juros americanos; dólar fica estável na sessão

Semana foi marcada por decisões monetárias do Banco Central brasileiro, do Federal Reserve e por alta das curvas de juros

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou com leve queda de 0,12% nesta sexta-feira (22), aos 116.008 pontos; com isso, o índice encerrou a semana, marcada pelas decisões monetárias do Federal Reserve e do Banco Central brasileiro, com baixa de 2,31%.

A Bolsa brasileira acompanhou a movimentação dos benchmarks americanos. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram, respectivamente, 0,31%, 0,23% e 0,09% hoje e 1,89%, 2,93% e 3,62% na semana.

De forma geral, os ativos de risco, tanto no Brasil quanto lá fora, sofreram após o Federal Reserve ser mais duro do que o esperado na declaração de quarta. Apesar da manutenção da taxa entre o intervalo de 5,25% e 5,50%, Jerome Powell não descartou outra alta de 25 pontos até o final do ano e sinalizou que não vê o juros dos Estados Unidos caindo em 2024.

“Na quarta-feira, o Fed manteve sua taxa de juros, como esperado, entretanto indicou que poderá aumentar ao menos mais uma vez este ano. O banco central ainda revisou para cima suas projeções para o patamar de juros ao longo de 2024, com alertas de que a batalha contra a inflação está longe de encerrada”, explica Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank.

Com os títulos do tesouro americano pagando mais, há fluxo de saída das Bolsas de valores, principalmente das emergentes, para esses ativos, considerados os mais seguros do mundo.

“Hoje, a presidente do Federal Reserve (Fed) de Boston, Susan Collins, informou que não descarta um aperto monetário adicional e que é cedo demais para dizer que inflação está em trajetória sustentável à meta”, acrescenta Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.

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Os treasuries yields, contudo, hoje tiveram uma leve baixa, corrigindo após as fortes altas dos últimos dias. O para dois anos perdeu 3,8 pontos-base, a 5,11%, e o para dez anos, 4,6 pontos, a 4,434%.

No Brasil, a curva de juros também caiu, em um movimento de correção. Os DIs para 2025 perderam 3,5 pontos, a 10,53%, e os para 2027, 4,5 pontos, a 10,50%. Os DIs para 2029 foram a 11,05%, com menos cinco pontos, e os para 2031, a 11,36%, com menos quatro pontos.

Entre os fatores internos que ajudaram a curva de juros recuar, ficou a notícia de que o Governo Federal melhorou sua projeção para o déficit fiscal em 2023 de R$ 145,4 bilhões para R$ 141,4 bilhões.

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“Cenário vem de uma correção do movimento que vem dos últimos dias”, fala Gustavo Harada, analista da BlackBird Investimentos. “Tivemos notícia de que a China vai estimular sua economia, em investimento estrangeiro, o que contribuiu um pouco ao apetite a risco”.

As ações ordinárias da Vale (VALE3) subiram 0,74% e as da CSN Mineração (CMIN3), 1,30%. Do outro lado, pesando no índice, ficaram os papéis ordinários do Magazine Luiza (MGLU3), com menos 4,68%, os da Vamos (VAMO3), com menos 3,96%, e os preferenciais da Gol (GOLL4), com menos 3,89%.

O dólar fechou praticamente estável, com queda de 0,06%, a R$ 4,932 na compra e a R$ 4,933 na venda. Na semana, contudo, houve alta de 1,25%.