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O dólar hoje subiu 1,13% em relação ao real, indo a R$ 4,93, em linha com a valorização global da moeda norte-americana, após o banco central dos EUA, o Federal Reserve (Fed), sinalizar, na véspera, que novas altas nas taxas de juros podem ocorrer.
Essa expectativa se baseia na inflação nos EUA, que “está longe da meta”. Assim, como declarou o presidente do Fed, Jerome Powell, os juros americanos poderão subir, caso isso seja necessário, para controlar a alta dos preços.
Após essas declarações, na véspera, a divisa americana começou a se valorizar mundialmente. Nesta quinta-feira (21), o DXY, índice que mede a força da moeda americana frente a moedas de países desenvolvidos, avançou 0,26%.
Dólar sobe globalmente
O DXY terminou, assim, aos 105,39 pontos, após chegar a bater nos 105,6 pontos, na máxima do dia de hoje. Enquanto isso, o dólar comercial subiu 1,13%, a R$ 4,934 na compra e a R$ 4,934 na venda – na máxima atingiu os R$ 4,936.
Além disso, a moeda americana atingiu sua máxima em seis meses e meio hoje, diante da postura mais “hawkish” – ou seja, agressiva contra a inflação –, o que deve manter os juros elevados por mais tempo nos EUA.
“O dólar deve ter um bom suporte até o final do ano ou até começarmos a ver dados mais suaves (de preços nos EUA)”, disse à Reuters Niels Christensen, analista-chefe da Nordea.
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Enquanto o dólar sobe, outras divisas de países com moedas fortes caem. A libra, por exemplo, atingiu seu nível mais baixo desde abril e o iene, o menor desde novembro do ano passado.
Juros altos puxam demanda por dólares
As sinalizações mais “hawkishs“, do BC americano, portanto, vem sendo um dos principais motivos para recente alta dos rendimentos dos treasuries.
Com a renda fixa nos EUA “pagando” mais, se eleva a procura por dólares.
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Nesta quinta-feira, o rendimento dos treasuries para dez anos atingiu o maior patamar em 16 anos, subindo cerca de 13 pontos base, para 4,482%.
Os títulos de dois anos, por sua vez, subiram mais de 8 pontos base, para 5,197%, se aproximando das máximas desde 2006.
Fora isso, recentemente, Tesouro norte-americano fez esforços para recompor o seu caixa, enquanto o downgrade da nota de crédito do país pela Fitch ampliou ainda mais o sentimento de aversão ao risco.
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“O Fed vem subindo os juros, o dólar se fortalece e os ativos de risco pagam um custo adicional”, diz Alexandre Mathias, CEO da Kilima Asset, no contexto da moeda norte-americana.
Real cede frente dólar
Por aqui, o dólar sobe frente ao real, após um Copom, também na véspera, “sem novidades”.
Gabriel Mota, operador da Manchester Investimentos, afirmou à Reuters que, se houver alta dos juros nos EUA e “continuarmos” no Brasil com o “mesmo cenário de queda” da Selic, o estrangeiro deve seguir retirando dinheiro daqui.
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“A gente muito provavelmente vai começar a ver investidores estrangeiros tirando dinheiro aqui do Brasil e levando para os Estados Unidos, porque lá há títulos públicos pagando taxas de juros elevadas e isentos de risco”, disse ele.