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O BofA (Bank of America) reduziu o preço-alvo do GPA (PCAR3) drasticamente, em meio à cisão das operações com o Grupo Êxito. A informação consta em relatório publicado hoje (19) pelo banco. Em reação, as ações da companhia fecharam com queda de 6,90%, nesta sessão, a R$ 4,05.
O preço-alvo para PCAR3 foi reduzido de R$ 15,00 para R$ 3,50 e a mudança é baseada “na análise de fluxo de caixa descontado do patrimônio líquido das operações de varejo de alimentos no Brasil”, detalha o BofA – bem como reflete também o valor de mercado da participação restante da varejista no Grupo Êxito (13%).
“Nossas premissas de fluxo de caixa para 2023 incluem R$ 300 milhões da venda da participação de 34% da PCAR na Cnova para uma parte relacionada”, diz o relatório.
GPA no vermelho até 2027
Embora o banco reconheça, no relatório, que o Grupo Pão de Açúcar tem realizado avanços operacionais e estruturais, os desafios ainda parecem ser elevados demais para que sejam superados a curto prazo e as perdas sejam revertidas.
Entre os pontos que o BofA destaca como responsáveis pela pressão nos resultados, estão a alta estrutura de custos do grupo, a perda de escala e a chamada “expansão excepcional do cash-and-carry“. Com isso, o banco espera que as perdas líquidas continuem até 2027.
Venda de ativos
“O GPA vem alienando ativos como parte de um esforço do Casino para evitar a falência e agora está tentando reduzir sua alavancagem”, analisa o BofA.
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Entre as vendas estão lojas na Barra da Tijuca, no Rio, por R$ 240 milhões; recebimento de R$ 190 milhões por transação de sale-and-leaseback do 2º trimestre deste ano; R$ 250 milhões de venda da sede da PCAR em São Paulo; e outros R$ 300 milhões decorrentes da venda da participação no Casino.
Mesmo assim, o relatório reforça que as entradas poderão ser compensadas por acordos de contingência trabalhista. Essa e outras contingências, como tributárias, podem eclipsar o patrimônio líquido, na visão do BofA.
Além disso, o banco destaca os incentivos de ICMS que o GPA conta, como possíveis na Reforma Tributária.
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“O GPA resolveu contingências possíveis e remotas no passado, e acreditamos que os passivos podem eclipsar o valor patrimonial subjacente”, conclui o BofA.