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Em um dia de otimismo nos mercados globais, o Ibovespa acompanhou o desempenho das Bolsas no exterior e emplacou sua quarta sessão consecutiva de alta. As ações de maior peso do índice, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), contribuíram fortemente com os ganhos desta quinta-feira. Os papéis da mineradora subiram mais de 4% e os da petrolífera, em torno de 3%, com o impulso das commodities no mercado internacional.
“A Bolsa brasileira é bem sensível às empresas de commodities. Quando as matérias-primas performaram bem, a gente tende a acompanhar esse movimento”, explica Juan Espinhel, especialistas em investimentos da Ivest Consultoria.
Com a alta de hoje, o Ibovespa já subiu 3,15% em setembro, recuperando, assim, parte do tombo de agosto. No mês passado, o índice acumulou perda de mais de 5%, com a pior sequência de baixas da história da Bolsa brasileira.
“A gente teve uma correção forte em agosto e a Bolsa estava muito amassada”, afirma Espinhel.
O Ibovespa terminou o dia em alta de 1,03%, aos 119.391 pontos. O giro financeiro da sessão ficou em R$ 23,93 bilhões, de acordo dados da B3.
O dólar comercial fechou abaixo de R$ 4,90 pela primeira vez em duas semanas. A moeda americana terminou a sessão desta segunda-feira a R$ 4,872 na compra e R$ 4,873 na venda.
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Apesar de ter se enfraquecido perante o real na sessão de hoje, o dólar teve um dia de valorização no exterior frente às principais divisas. O euro, por exemplo, chegou a atingir sua menor cotação em relação à moeda americana desde o último mês de março.
O movimento ocorreu depois que o Banco Central Europeu elevou pela décima vez consecutiva a sua taxa de juros, de 4,25% para 4,5%. Porém, os investidores estão esperançosos de que o ciclo de aperto monetário no velho continente tenha chegado ao fim.
Os principais índices do mercado acionário nos Estados Unidos reagiram positivamente aos indicadores do dia. O Dow Jones subiu 0,96%, aos 34.907 pontos; o S&P 500 avançou 0,84%, aos 4.505 pontos; e a Nasdaq teve alta de 0,81%, aos 13.926 pontos.
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Se por um lado a inflação ao produtor dos EUA veio pior que o esperado, as vendas do varejo americano surpreenderam positivamente, vindo acima do consenso, mostrando que a economia do país dá sinais de resistência, mesmo com os juros elevados.
Em sua última atualização, o monitor de juros do CME Group mostra que 97% dos agentes do mercado apostam em uma manutenção dos juros nos Estados Unidos, na reunião da semana que vem do Federal Reserve.
“Em tese, isso leva a gente a acreditar que não haverá novas altas, mas sim um longo período de estabilidade de juros”, afirma Espinhel. Segundo ele, a curva de juros americana tem espaço para correção, por estar mal precificada.
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“Não é a primeira vez que o mercado americano fica empolgado com a curva de juros e erra. Os americanos tem dificuldades de conseguir precificar ciclos de inflação”.
Hoje, mesmo com uma uma nova alta na curva de juros dos Estados Unidos, os DI’s, no Brasil, fecharam próximos da estabilidade.