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China é mesmo um risco? “Foto é ruim, mas contexto é melhor” do que no passado, diz gestor

Para gestores da WHG, Encore e Vista Capital, situação não está tão ruim quanto o ventilado

Monique Lima Bruna Furlani

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Há meses, a desaceleração do crescimento econômico da China – e seus impactos nos mercados – tem sido fonte de dúvidas entre os investidores. Mas para alguns agentes de mercado, o risco embutido na economia asiática pode ser menor do que o imaginado.

“A China não está tão ruim assim”, diz João Luiz Braga, sócio e analista de investimentos na gestora Encore. “Se você quer saber se um país está indo mal, é preciso olhar para as ações dos bancos, e as ações dos bancos chineses estão tranquilas”.

Segundo Braga, novas más notícias sobre a China têm saído, porém sem “fazer preço” nos mercados – o que “dá coragem”. “Um mês atrás, vi o transatlântico virando para outro caminho, com mais estímulos”, diz o gestor da Encore.

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Para Andrew Marc Reider, CIO da gestora WHG, atualmente se vê na China uma “foto ruim, mas um contexto melhor” do que o de dez anos atrás – quando a foto era positiva, mas o contexto, ruim.

“O país estava despejando muito dinheiro para um crescimento focado em infraestrutura. Construíram cidades fantasmas, alavancaram a economia e essa situação chegou em um limite que estamos vendo agora”, diz. “Foi um crescimento irresponsável que agora está sendo repensado”.

Atualmente, a “foto” é de um país em desaceleração, com empresas imobiliárias apresentando problemas pela alavancagem do passado. Mas o governo, segundo Reider, está focado em desalavancar e a China está entrando em outro ciclo econômico.

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“A classe média da China tem um potencial muito grande, e é nisso que o país se concentra agora. Em impulsionar a economia local com juros baixos”, diz o gestor. “Parece ruim, mas é um processo para ser melhor e mais sustentável no futuro. Não serão números grandes como vimos no passado; são mais modestos, para a acomodação”.

Para João Landau, fundador da Vista Capital, há duas “Chinas” e uma “guerra fria” de investimento tecnológico entre o país e os Estados Unidos”. O gestor tem uma posição em ativos de tecnologia da China contra a Europa – continente que, segundo Landau, virou importadora líquida de carros chineses, depois de ter exportador para o país asiático.

Braga, Reider e Landau participaram da Expert XP 2023, evento sobre investimentos da XP Inc.

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