Ambev (ABEV3): calor fora de época pode impulsionar resultados? Dados históricos mostram que sim

O Brasil em 2023 viveu o julho mais quente desde 1961, um bom presságio para os números do 3º trimestre da companhia

Equipe InfoMoney

(Paulo Fridman/Corbis via Getty Images)
(Paulo Fridman/Corbis via Getty Images)

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O Hemisfério Sul passa pelo inverno, que se encerra apenas no fim de setembro. Porém, em muitos lugares do Brasil, nem parece que o país passa pela estação mais fria do ano.

Nesta semana, por exemplo, o Rio de Janeiro atingiu temperaturas típicas de verão, batendo os 39 graus Celsius.

O Brasil em 2023 viveu o julho mais quente desde 1961 e muitas cidades têm batido recordes de temperaturas em agosto, embora já sejam esperadas algumas oscilações (neste fim de semana, por exemplo, com uma previsão de forte queda nas temperaturas).

Conforme aponta o Bradesco BBI, especialistas em clima dizem que isto se deve em parte ao evento climático El Niño, que ocorre quando o Oceano Pacífico está mais quente do que o normal e provoca mudanças nas temperaturas e nas chuvas em todo o mundo.

O banco aponta, porém, que o setor cervejeiro pode se beneficiar com esse calor fora de época. Historicamente, as altas temperaturas ajudam nas vendas de bebidas frias, como a cerveja.

Assim, dado que o El Niño provavelmente permanecerá ativo até o primeiro trimestre de 2024 (1T24), pode haver algum “risco positivo” para as vendas de cerveja da Ambev (ABEV3) no Brasil, o que é um fator-chave para o preço das ações.

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“Por exemplo, no 3T15, quando houve um inverno mais quente devido ao El Niño, os volumes de cerveja da Ambev aumentaram 3,5% em base anual, apesar de uma crise econômica que levou o PIB do Brasil a cair 1,7%”, apontam os analistas do banco.

Em sua teleconferência de resultados do 3T15, a Ambev mencionou que “o crescimento do volume voltou a território positivo, crescendo 3,5%, impulsionado, primeiro: pelo clima favorável, já que as temperaturas no Brasil atingiram o maior nível em cinco anos para o período entre julho e setembro…”.

Além disso, o consenso da Bloomberg para a Ambev projeta queda de 0,6% no volume de cerveja brasileira em base anual no 3T23, o que pode parecer conservador dada esta situação, enquanto os analistas do BBI projetam crescimento anual de 1,7%.

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O BBI tem recomendação equivalente à compra (outperform, desempenho acima da média) para as ações ABEV3, com preço-alvo de R$ 21, ou uma alta de 48% em relação ao fechamento da véspera. Contudo, vale destacar que, nos primeiros quatro dias da semana, as ações tiveram um movimento tímido, caindo 1,18%, sendo que nesta sexta a baixa é de cerca de 3%.