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Natural One vai além do suco e se torna empresa de bebidas vegetais

Empresa paulista lança linha de leite de aveia para os mercados interno e externo

Fernando Lopes

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Após se consolidar como a segunda marca de sucos mais vendida no Brasil, a Natural One, com sede em Jarinu (SP), ampliou o leque para se tornar uma empresa de bebidas vegetais. O primeiro passo foi o lançamento de uma linha de leite de aveia, e a expectativa é que a diversificação atraia novos consumidores para uma categoria em expansão e também colabore para o aumento das exportações da companhia, que já chegam a mercados como China e México.

Fundada há pouco mais de dez anos pelo empresário Ricardo Ermírio de Moraes, que antes havia sido CEO da também paulista Citrosuco, uma das maiores produtoras e exportadoras de suco de laranja do mundo, a Natural One viu seu ritmo de crescimento ganhar tração em 2016, quando vendeu uma participação de 49,9% para a gestora Gávea. Em 2022, faturou pouco mais de R$ 600 milhões, e projeta chegar a R$ 800 milhões este ano e superar R$ 1 bilhão em 2024.

“No mercado externo, essa diversificação de portfólio é importante, pode inclusive ajudar a fortalecer as vendas de sucos”, afirmou Rafael Ivanisk, CEO da Natural One. (Foto: Divulgação)

Para o lançamento de seu novo “leite vegetal”, a companhia investiu até agora R$ 3 milhões em pesquisa, desenvolvimento e marketing, e deverá aportar mais R$ 3 milhões nos próximos 12 meses em distribuição e na promoção de sua marca. A comercialização em redes varejistas começou por São Paulo e Rio de Janeiro, mas no curto prazo a distribuição será nacionalizada e os produtos também serão exportados.

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“No mercado externo, essa diversificação de portfólio é importante, pode inclusive ajudar a fortalecer as vendas de sucos”, afirmou Rafael Ivanisk, CEO da Natural One, ao IM Business. No total, a expectativa é que a produção da nova linha, que conta por enquanto com quatro sabores, alcance 1 milhão de litros até meados do ano que vem. A aveia foi escolhida como matéria-prima por ter boa oferta no mercado doméstico, e a bebida está sendo produzida na mesma fábrica que processa os sucos, que conta com duas linhas de produção.

Dona da segunda marca de sucos mais vendida do país, Natural One parte agora para a produção de leite vegetal. (Foto: divulgação)

Ivanisk, que antes de assumir o comando executivo da Natural One, há quatro anos, foi executivo da Ambev por 19 anos e trabalhou na BRF por dois anos e meio, vê grande potencial para a expansão das vendas do leite vegetal. Ele diz que, no país, os produtos da categoria representam apenas 0,3% das vendas de leite de vaca, bem abaixo das participações observadas em países como Canadá (19%), China (19%), Estados Unidos (12,2%) e México (6,8%). “Se o percentual , chegar a 12,2% no Brasil em dez anos, serão necessários 800 milhões de litros para atender à demanda”, afirmou.

Com as vendas de sucos também em alta, a empresa ampliou recentemente a capacidade de produção da fábrica de Jarinu para 220 mil toneladas por ano, de forma a abrir espaço para futuros incrementos das vendas. Em 2022, a produção de sucos chegou a 105 mil toneladas. O suco de laranja representou 60% do volume, e graças ao carro-chefe se firmou na liderança do mercado de sucos integrais (100% fruta) e ao segundo lugar em sucos em geral (incluindo néctares, por exemplo), atrás da Del Valle, da Coca-Cola.

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O avanço das vendas é puxado pelo mercado interno, que era o foco inicial da companhia, mas as exportações, que começaram a crescer em 2020, já responderam por 10% do faturamento no ano passado e, segundo Ivanisk, deverão superar as vendas no Brasil em até cinco anos. Nos países em que está presente, a estratégia da Natural One é se aliar a parceiros locais para chegar às gôndolas.

Assim é na China e no México e no momento está sendo no Canadá, e a mesma estratégia será usada para entrar no mercado dos EUA, o maior do mundo. E sempre com a marca Natural One, diferentemente do que acontece com as gigantes Citrosuco, Cutrale – que tem sede em Araraquara (SP) – e a francesa Luis Dreyfus Company, que exportam suco de laranja para distribuidoras, que o comercializam com suas marcas. “Com nossa marca, conseguimos uma margem de lucro 50% maior”, afirmou Ivanisk.

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