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A USDT, maior criptomoeda do mundo com indexação ao dólar, está lastreada em reservas com excedente de US$ 3,3 bilhões, mostra um relatório divulgado nesta segunda-feira (31) pela emissora Tether, referente ao segundo trimestre do ano.
Um atestado de reserva assinado pela empresa de contabilidade BDO Itália aponta que a empresa detém cerca de US$ 72,5 bilhões em títulos do Tesouro dos EUA, incluindo investimentos diretos em treasuries, acordos de recompra e depósitos em fundos do mercado monetário.
Parte do montante também é em Bitcoin (BTC), que responde por US$ 1,67 bilhão em ativos, um salto dos US$ 1,5 bilhão registrados no primeiro trimestre.
A Tether é comumente criticada pela opacidade das reservas que dão lastro ao token USDT, pela falta de auditorias externas, vistas como mais confiáveis do que atestados de reserva.
Em entrevista ao InfoMoney no final de maio, o diretor de tecnologia Paolo Ardoino alegou que os atestados de reserva são o padrão da indústria para esse tipo de ativo, mas que a empresa está disposta a buscar auditoria no Brasil se isso for exigido pelo Banco Central, que trabalha na regulação do setor cripto.
Apesar de o Bitcoin ser mais famoso, a USDT é a criptomoeda mais usada do Brasil, com 79% do volume movimentado, segundo relatório da Receita Federal divulgado em julho. Segundo apurou o InfoMoney, no entanto, esse montante é influenciado por um forte movimento de evasão de divisas — parte envolvendo contrabando em lojas na região da 25 de Março, em São Paulo.
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Quase uma BlackRock
A Tether também divulgou um relatório de resultados mostrando lucro operacional de mais de US$ 1 bilhão no segundo trimestre. Em maio, a empresa reportou US$ 1,45 bilhão em lucro líquido referente ao primeiro trimestre.
O modelo de negócios ficou altamente rentável com a disparada dos juros nos Estados Unidos, permitindo à empresa aplicar spreads maiores do que qualquer banco: de um lado recebe depósitos em dólares mas não paga juros algum pelos tokens emitidos.
Com isso, os lucros relatados pela Tether chegam próximos aos de gigantes como a BlackRock, que registrou receita operacional de pouco mais de US$ 1,6 bilhão no segundo trimestre.