Juros do cheque especial registram alta em junho, aponta BC

Na contramão do rotativo do cartão de crédito, taxas do cheque especial cresceram 2,9 pontos percentuais

Maria Luiza Dourado

(Shutterstock)
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A taxa de juros do cheque especial aumentou em junho, na contramão do cartão de crédito e crédito rotativo, informou o Banco Central.

Segundo a autoridade monetária, as taxas do cheque especial cresceram 2,9 pontos percentuais no período. No acumulado de 12 meses, a alta é de 4,4 pontos percentuais, para 133,6% ao ano.

No caso do crédito rotativo, um tipo de crédito emergencial tomado quando se paga um valor inferior ao total da fatura por 30 dias, houve queda de 16,7 pontos percentuais de maio para junho. Contudo, no acumulado de 12 meses, o aumento soma 66,9 pontos percentuais, a 437,3% ao ano.

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No geral, apesar da redução de 1,8 ponto percentual de maio a junho, a taxa geral para cartão de crédito pessoa física alcança 104,1% ao ano, com alta de 25,5 pontos percentuais em 12 meses.

Segundo levantamento da Serasa Experian, os segmentos banco e cartão de crédito concentram a maior parte (31,13%) dos débitos dos inadimplentes do Brasil (quem tem débitos em atraso acima de 90 dias).

A empresa privada de análises e informações de crédito calculou 71,45 milhões de inadimplentes no país, uma redução mensal de 0,63%. Ainda assim, o valor é 6,92% do que há um ano.

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Em 12 meses, o número de dívidas passou de 231,31 milhões para 262,8 milhões em junho, com o valor bruto delas disparando de R$281,4 bilhões para R$ 346,3 bilhões.

O movimento das taxas parece esperado, uma vez que elas são diretamente influenciadas pela taxa de juros básica do país, a Selic, que está em seu maior nível desde janeiro de 2017 – em 13,75% ao ano.

Como resultado do aperto monetário e do consequente encarecimento do crédito, novas concessões de crédito bancário por famílias caíram. Segundo dados do banco central, as concessões de crédito cederam 2,1% para as pessoas físicas em junho, apesar do incremento de 9,1% para empresas.

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(Com informações da Agência Brasil)

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.