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O déficit nas transações correntes do Brasil atingiu US$ 843 milhões em junho de 2023, ante um superávit de US$ 266 milhões registrado em junho de 2022, informou nesta quarta-feira (26) o Banco Central. No ano, o déficit em renda primária aumentou US$ 2,8 bilhões, compensado parcialmente por aumento de US$ 1,3 bilhão no superávit comercial e recuo de US$ 700 milhões no déficit em serviços.
O déficit em conta nos 12 meses encerrados em junho somou US$ 50,0 bilhões (2,50% do PIB), ante US$ 48,9 bilhões (2,47% do PIB) no mês anterior e US$ 52,6 bilhões (2,94% do PIB) em junho de 2022.
Segundo o BC, a balança comercial de bens registrou superávit de US$ 8,6 bilhões em junho, ante saldo positivo de US$ 7,3 bilhões no mesmo mês do ano passado. As exportações totalizaram US$ 30,2 bilhões, com uma redução de 8,7% na comparação interanual. As importações, por sua vez, recaram 16,1% na mesma base de comparação, totalizando US$ 21,6 bilhões.
O déficit na conta de serviços totalizou US$ 3,5 bilhões em junho com queda de 16,8% ante o déficit de US$ 4,2 bilhões observado em junho de 2022. A conta de transportes registrou despesas líquidas de US$ 1,2 bilhão, recuo de 29,9% na comparação com junho de 2022, influenciada por menores gastos em fretes.
As despesas líquidas de viagens internacionais cresceram 12,4% e somaram US$ 909 milhões, com aumentos de 30,8% (para US$ 508 milhões) nas receitas e de 18,4% nas despesas (para US$ 1,4 bilhão). As despesas líquidas com aluguel de equipamentos somaram US$ 853 milhões, estáveis em comparação a junho de 2022.
O déficit em renda primária somou US$ 6,2 bilhões em junho de 2023, com incremento de 83,5% comparativamente ao déficit de US$ 3,4 bilhões em junho de 2022. As despesas líquidas de lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram US$ 3,8 bilhões, ante US$2,3 bilhões em junho de 2022.
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De acordo com o BC, esse aumento nas despesas líquidas derivou da redução de US$ 1,1 bilhão nas receitas de lucros e dividendos, que somou US$ 1,6 bilhão em junho de 2023.
As despesas líquidas com juros somaram US$2,3 bilhões em junho de 2023, US$ 1,3 bilhão superior ao resultado de junho de 2022, influenciadas por maiores despesas brutas em operações intercompanhias e em outros investimentos, e refletindo elevações das taxas de juros internacionais e do estoque de dívida externa.
IDP
Os investimentos diretos no país (IDP) somaram ingressos líquidos de US$ 1,9 bilhão em junho de 2023, ante US$ 5,2 bilhões em junho de 2022. No mês, houve ingressos líquidos de US$ 3,7 bilhões em participação no capital e saídas líquidas de US$ 1,8 bilhão em operações intercompanhia.
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O IDP acumulado em 12 meses totalizou US$80,0 bilhões (4,01% do PIB) em junho de 2023, ante US$83,4 bilhões (4,21% do PIB) no mês anterior e US$62,7 bilhões (3,5% do PIB) em junho de 2022.
Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram ingressos líquidos de US$ 4,4 bilhões em junho de 2023, compostos por saídas líquidas de US$ 36 milhões em ações e fundos de investimento e por ingressos líquidos de US$ 4,4 bilhões em títulos de dívida. Nos doze meses encerrados em junho de 2023, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram ingressos líquidos de US$ 13,1 bilhões.