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Ibovespa descola de NY e fecha em baixa de 0,32%; dólar perde força e termina sessão praticamente estável

Em dia de agenda esvaziada no Brasil, investidores focaram nos fundamentos das empresas e ações de peso recuaram

Mitchel Diniz

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No pregão desta terça-feira (18), o Ibovespa praticamente apagou os ganhos moderados que obteve com muito custo na sessão de ontem. O principal índice do mercado acionário brasileiro descolou das Bolsas nos Estados Unidos. Ação de peso da carteira, Vale (VALE3) recuou à espera da divulgação dos dados de produção da mineradora no segundo trimestre. Petrobras (PETR3;PETR4) e bancos, como o Itaú (ITUB4), também caíram, reduzindo as chances de um desempenho positivo para o benchmark.

“A agenda esvaziada possibilita que o noticiário micro de cada um dos setores acabe influenciando mais, por isso ficamos descolados das Bolsas americanas”, diz Juan Espinhel, especialista em investimentos da Ivest Consultoria.

De acordo com analistas, os papéis das companhias do setor de commodities tendem a ser impactados por um maior pessimismo com relação à economia chinesa. O governo da China prometeu estímulos, mas que devem beneficiar diretamente o consumo doméstico.

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“Isso tem um resultado mais lento e não necessariamente vai beneficiar commodities como petróleo e minério de ferro”, afirma Bruno Komura, analista de investimentos da Potenza Capital.

A economia da China perdeu ritmo no segundo trimestre, com o Produto Interno Bruto (PIB) crescendo apenas 0,8% em relação aos três meses anteriores, diante da queda nas exportações, as vendas mais fracas no varejo e uma estagnação no setor imobiliário.

Por outro lado, ações do setor de educação, varejo e construtoras fecharam entre as maiores altas do Ibovespa, em mais um dia de curva de juros recuando. “Isso reforça que os agentes estão voltando a apostar em um corte mais agressivo por parte do Copom na reunião de agosto, com uma redução de 50 pontos-base na Selic”, afirma André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.

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O Ibovespa fechou em queda de 0,32%, aos 117.841 pontos. O giro financeiro desta terça-feira foi de pelo menos R$ 18,5 bilhões, de acordo com o site da B3.

Após se aproximar de R$ 4,83, o dólar comercial perdeu fôlego na reta final do pregão. A moeda americana fechou próxima da estabilidade, com uma ligeira alta de 0,04%, a R$ 4,808 na compra e R$ 4,809 na venda.

Em Nova York, o Dow Jones subiu 1,06%, aos 34.951 pontos; o S&P 500 avançou 0,71%, aos 4.555 pontos; e a Nasdaq teve alta de 0,76%, aos 14.353 pontos.

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As vendas no varejo dos EUA subiram 0,2% em junho ante maio, abaixo do esperado. A produção industrial do mesmo mês recuou 0,5%, ante estimativa de estabilidade. “Os dados de atividade corroboram com uma visão de que o Federal Reserve poderá não subir juros na próxima reunião, mas achamos que isso é precipitado”, afirma Espinhel.

Os resultados trimestrais dos bancos continuaram animando os investidores. Depois de JP Morgan, Citigroup e Wells Fargo, hoje foi a vez do Bank of America divulgar lucro e receitas acima do consenso do mercado.  Amanhã saem os resultados do Goldman Sachs, antes da abertura do pregão.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados