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O Ibovespa fechou em queda de 1,30% nesta sexta-feira (14), aos 117.710 pontos, e encerrou semana com um recuo de 1%. O dia foi marcado, segundo especialistas, principalmente pela publicação das vendas do varejo, que decepcionaram as projeções.
De acordo com o IBGE, o setor recuou 1% no quinto mês do ano, enquanto o consenso projetava estabilidade.
“Ibovespa cai hoje impactado fortemente por dados do varejo que vieram bem abaixo do esperado. Achava-se que, com a inflação mais baixa, teríamos uma melhora no consumo e no final das contas não tivemos, até porque os juros continuam muito altos”, diz Ricardo Brasil, fundador da Gava Investimentos. “Os dados ruins de varejo contribuem para a queda das varejistas hoje”.
Entre as maiores quedas do índice, ficaram nomes como Lojas Renner (LREN3), Arezzo (ARZZ3) e Magazine Luiza (MGLU3).
Uma alta da curva de juros também pressionou companhias do setor. Os DIs subiram, mesmo com o dado do varejo sinalizando uma desaceleração da economia, o que supostamente daria espaço para um recuo dos juros.
Especialistas apontam algumas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como possíveis causas do movimento altista. Em entrevista para a Record TV ele afirmo que o ministro da Fazenda Fernando Haddad “não foi indicado para agradar mercado” e voltou a criticar o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto.
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Além disso, investidores monitoram um possível aumento de gastos do governo. Segundo reportagem do Estadão, a volta dos pisos de saúde e educação, com a revogação do teto de gastos, pode aumentar as despesas do governo em R$ 3 bilhões já neste ano. O teto de gastos, que vai ser revogado, limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação. Sem ele, volta a valer para os dois setores a correção que acompanha a evolução da receita do governo.
Os DIs para 2024 subiram 1,5 ponto-base, a 12,85%, e os para 2025, seis pontos, a 10,91%. Os DIs para 2027 foram a 10,33%, com mais 12 pontos, e os para 2029 a 10,61%, com mais 10 pontos. As taxas dos contratos para 2031 ganharam 10 pontos, a 10,76%.
Pesou também no Ibovespa o recuo das ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4), que caíram 2,11% e 1,96%, respectivamente.
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“As ações das petroleiras reagiram à queda dos contratos futuros de petróleo, em meio a realização de ganhos recentes, após interrupções do fornecimento na África e redução nos embarques da Rússia”, explica Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
Em Nova York, o Dow Jones subiu 0,33%, enquanto S&P 500 e Nasdaq recuaram 0,10% e 0,18%, em um dia pouco agitado. Na semana, no entanto, os índices avançaram – o primeiro 2,29%, o segundo 2,42% e o terceiro 3,32%.
A divulgação de dados da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de junho na última quarta melhorou o humor do mercado americano, com investidores enxergando que o Federal Reserve não terá de ser tão agressivo em sua política monetária. Nessa quinta, a inflação ao produtor (PPI) reforçou a crença.
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Ao mesmo tempo, o início da temporada de balanços do segundo trimestre trouxe sinais positivos. Os “bancões” JP Morgan, Wells Fargo e Citigroup entregaram resultados acima do esperado e sinalizaram que estão vendo a economia dos EUA mais resiliente.
Apesar de um avanço nesta sexta, os tresuries yields, por lá, recuaram bem ao longo da semana e puxaram o dólar para queda. O DXY, que mede a força da divisa americana frente outras de países desenvolvidos, opera ainda abaixo dos 100 pontos, o que não era visto desde o inicio de 2022. Frente ao real, houve uma alta de 0,10% nesta sexta mas uma queda de 1,5% na semana, a R$ 4,795 na compra e na venda.