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Após chegar a subir 1,36% na máxima do dia, o Ibovespa fechou o dia praticamente estável, em leve alta de 0,09% nesta quarta-feira (12), aos 117.666 pontos.
O pregão foi marcado, principalmente, pela agenda do exterior – em um dia marcado pela divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos.
Por lá, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 0,25%, 0,74% e 1,15%.
“Tivemos um dia dominado por uma única notícia, que foi o CPI. Os dados vieram um pouco melhores do que o mercado estava esperando e isso tudo deu fôlego para os ativos de risco de forma geral”, menciona Naio Ino, gestor de renda variável da Western Asset.
O índice em questão, relativo ao mês de junho, trouxe uma alta de 0,2% dos preços, ante 0,3% aguardados pelo consenso. Para analistas, a inflação mais amena eleva a chance de que Federal Reserve faça apenas mais uma alta de juros, ao contrário de duas, como previsto anteriormente.
“O indicador de inflação ao consumidor norte-americano animou investidores no início do pregão, mas não o suficiente para reverter expectativas de que o Banco Central do país eleve mais uma vez as taxas de juros da maior economia do mundo em sua reunião no próximo dia 26”, expõe Rachel de Sá, chefe de economia da Rico. “Nessa linha, dados ainda fortes de atividade econômica e do mercado de trabalho divulgados hoje no Livro Bege reforçam o tom duro recente dos diretores do Fed”.
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Os treasuries yields, de qualquer forma, tiveram um alívio. O título para dois anos perdeu 15,2 pontos-base, a 4,74%, e o para dez anos, 11,9 pontos, a 3,863%.
O dólar recuou mundialmente por conta disso, com o investimento na dívida americana sendo menos atrativo. O DXY, que mede a força da divisa americana frente a pares de países desenvolvidos, caiu 1,16%, aos 100,55 pontos. Frente ao real, a queda foi de 0,90%, a R$ 4,818 na compra e na venda.
A curva de juros brasileira, no entanto, avançou levemente. Os DIs para 2024 ganharam 0,5 ponto-base, a 12,85%, e os para 2025, 7,5 pontos, a 10,83%. As taxas dos contratos para 2027 ficaram em 10,17%, com mais cinco pontos, e as dos para 2029, em 10,47%, com mais três. Os DIs para 2031 subiram dois pontos, a 10,63%.
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Em parte, especialistas justificam a alta por conta do crescimento de 0,9% do setor de serviços em maio, acima do consenso de 0,3%. O número reforça a tese de que o Banco Central pode diminuir os juros de maneira mais vagarosa.
“A agenda de hoje no Brasil incluiu números positivos do crescimento no setor de serviços em maio, acima do esperado pela maior parte dos analistas. O crescimento, no entanto, pode alimentar certa preocupação, se lido sob a ótica de pressões sobre os preços; apesar da deflação registrado no mês de junho, o IPCA divulgado ontem sinalizou que preços no setor terciário da economia continuam subindo a ritmo substancialmente mais alto do que a meta do Banco Central”, explica de Sá.
Entre as maiores altas do Ibovespa ficaram companhias de commodities. A JBS (JBSS3), com mais 9,05% se destacou por conta do anúncio de sua dupla listagem em São Paulo e em Nova York. Nomes como PRIO (PRIO3) e Gerdau (GGBR4) vieram na sequência, em um dia de alta dos preços dos produtos não manufaturados.