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Além de Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) rebaixadas para equivalente à venda pelo Itaú BBA, outras recomendações movimentam a sessão desta segunda-feira (10) na Bolsa brasileira.
A Ambev (ABEV3) teve a recomendação elevada para compra pelo Bank of America, sendo que o mesmo banco cortou a recomendação para a Cielo (CIEL3) para neutra.
Já o BBA, além de revisar mineração e siderurgia, também iniciou cobertura para as ações de Cosan (CSAN3) com compra.
Confira as principais mudanças de tese:
Ambev (ABEV3)
Alvo de divisão entre os analistas, a Ambev teve a recomendação elevada nesta segunda-feira de neutra para compra pelo Bank of America, com preço-alvo também subindo, de R$ 16,40 para R$ 17,50 – um potencial de alta de 18% frente o fechamento de sexta-feira (7).
As perspectivas são mais positivas para as margens da companhia de bebidas, com os analistas do banco estimando custos menores, ao mesmo tempo em que veem resiliência de preços e mix de produtos.
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Isabella Simonato, Guilherme Palhares e Fernando Oliveira, analistas que assinam o relatório, projetam uma alta substancial e acima do esperado pelo mercado no lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) esperado para o ano que vem.
“Estamos construtivos com a margem nos próximos 18 meses e estimamos que a margem Ebitda de 2024 vai ser a maior desde 2019”, apontam os analistas, impulsionada por custo menor das commodities, um câmbio mais favorável e um portfólio de produtos consistente em termos de mix e preços. Eles também veem “desfechos políticos potencialmente positivos na Argentina podem reduzir a percepção de risco dos investidores.”
A alta do Ebitda da operação brasileira de cerveja deve contribuir com 80% do aumento da margem, avaliam, com estimativa de crescimento consolidado do Ebitda da Ambev de 19% no ano que vem, totalizando R$ 30,4 bilhões. Na operação Brasil, a alta projetada é de 34%, 13% superior ao consenso do mercado, com uma visão mais otimista principalmente sobre os custos.
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Para Cerveja Brasil, os analistas acreditam que os custos de caixa por hectolitro cairão 8,7% frente 2023. Além disso, a equipe de análise espera que a empresa siga aumentando a receita por hectolitro de cerveja 1,5 ponto percentual acima da inflação no Brasil no médio e longo prazo.
Cielo (CIEL3)
Enquanto elevou Ambev, o Bank of America cortou a recomendação para a Cielo de compra para neutra, também reduzindo o preço-alvo de R$ 7,50 para R$ 5,40, ainda um potencial de alta de 16% em relação ao fechamento de sexta.
O banco americano cortou suas estimativas de ganhos para a maior processadora de pagamentos do Brasil para refletir a concorrência mais acirrada do que o esperado e a desaceleração do crescimento do setor. Além disso, os analistas Mario Pierry e Antonio Ruette, que assinam o relatório, enxergam ganhos insignificantes em um ciclo de flexibilização monetária (com queda da Selic), pois ativos e passivos vinculados às taxas de mercado estão equilibrados.
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“É importante ressaltar que o desempenho das ações em 2022 (+130%) foi impulsionado por fortes revisões de lucros, mas agora vemos mais riscos negativos do que positivos para as previsões”, apontam os analistas, que esperam crescimento de lucros de um dígito em 2024.
Os analistas mantiveram suas projeções para 2023 de lucro por ação, mas cortaram as de 2024 em 7% e as de 2025 em 9%. Agora, esperam que o crescimento do lucro por ação desacelere para alta de 7% em 2024, ante avanço de 33% em 2023.
As novas estimativas refletem: (1) maiores despesas com vendas, já que esperam que a administração expanda sua força de vendas comercial para proteger os volumes contra a concorrência; bem como (2) menor crescimento do TPV ( Volume Total de Pagamentos), considerando as recentes perdas de fatia de mercado e menor crescimento da indústria, que está atingindo um estágio mais maduro.
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Por fim, as receitas de antecipação de recebíveis de grandes clientes devem desacelerar em um ciclo de flexibilização, compensando os benefícios de menores custos de captação, aponta o banco.
Por outro lado, avaliam os analistas, o valuation limita o risco de maiores quedas, uma vez que a Cielo negocia a um múltiplo de 6,1 vezes o preço sobre o lucro (P/L) esperado para 2024, bem abaixo de sua média histórica de 10 vezes.
Assumindo que a participação da Cielo na Cateno, um negócio de alta margem e poucos ativos, valha R$ 10 bilhões (ou 10 vezes P/L), o negócio de aquisição da Cielo está sendo negociado a apenas 2,5 vezes o P/L esperado para 2024, o que deve evitar uma queda mais forte das ações, apontam.
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Cosan (CSAN3)
Já o Itaú BBA retomou a cobertura para as ações da Cosan com recomendação equivalente à compra (outperform, ou desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo de R$ 23 ao fim de 2023, o que implica em um potencial de alta de 21% em relação ao último fechamento.
Na visão dos analistas, o portfólio da companhia é composto por empresas com forte potencial de crescimento, que se beneficiam (e contribuem) para o desenvolvimento das vantagens competitivas do Brasil. Além disso, veem a ação com desconto atual acima do que consideramos um nível justo.
“A Cosan tem apostado em uma estratégia de diversificação de portfólio e de alocação de capital que compreende cada vez mais investimentos em ativos irreplicáveis em setores onde a empresa acredita que o Brasil tem vantagens competitivas claras”, afirmando, apontando terem focado em Compass e em Moove, com outras equipes de análise já tendo cobertura para Raízen (RAIZ4), Rumo (RAIL3) e Vale (VALE3), empresas que possui participação.
Através de dois grandes segmentos – Distribuição de Gás e Marketing & Services –, a Compass pretende ampliar o acesso ao gás natural, em condições competitivas, pela expansão da infraestrutura, da diversificação da oferta e da interiorização do gás.
No segmento de distribuição de gás, a Compass pretende replicar o bem-sucedido modelo de negócios para crescimento e eficiência implantado na Comgás nas outras controladas, aumentando a conexão de novos consumidores com a rede e oferecendo opções para um mercado de gás cada vez mais livre no Brasil.
A regulamentação do mercado de gás natural brasileiro mudou significativamente, após a Nova Lei do Gás, em que foram estabelecidas as diretrizes para fazer uso mais eficiente da infraestrutura existente, para atrair novos investimentos e para promover a concorrência no mercado de gás natural no país.
Já sobre a Moove, o BBA aponta que a empresa é referência no mercado de lubrificantes, e produz, vende e distribui lubrificantes e graxas para diversos segmentos, principalmente sob as marcas Mobil, Comma, EcoUltra e Tirreno, com operações na América do Sul, Europa e Estados Unidos.
A empresa possui cinco fábricas (duas no Brasil, uma na Europa e duas nos Estados Unidos), o que lhe confere uma ampla presença global. Combinando uma estratégia de crescimento orgânico e inorgânico, a Moove vem fortalecendo sua posição de mercado no Brasil e está bem-posicionada para se beneficiar de uma expansão no mercado global de lubrificantes, avaliam os analistas.
“Ressaltamos que a Cosan está atualmente negociando com um desconto de holding significativamente maior do que outras holdings. Assim, o nosso valor justo é baseado na avaliação da soma das partes e um desconto de participação de 22%, baseada em uma média de descontos históricos de outras holdings”, concluem.