Tesouro Direto: juro de prefixado para 2026 cai para 10,16% após aprovação da reforma tributária na Câmara

As taxas dos títulos do Tesouro Direto recuam nesta sexta-feira (7). O mercado repercute a possibilidade de entrada em votação do projeto de lei que trata sobre o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) para votação, além da aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados e a criação de empregos nos Estados Unidos em junho.

Ontem, o plenário da Câmara aprovou em dois turnos a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária. O apoio à proposta foi expressivo, com 382 votos favoráveis no primeiro turno e 375 no segundo turno. Eram necessários 308 votos favoráveis para aprovar a matéria, que agora segue para análise do Senado.

Nos Estados Unidos, o tema do dia é o payroll, relatório de emprego do país. O Departamento de Trabalho mostrou que foram criadas 209 mil vagas de emprego fora do setor agrícola em junho. O indicador veio abaixo do esperado. Segundo o consenso Refinitiv, analistas esperavam a criação de 225 mil posto de trabalho no mês.

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Com o resultado, a taxa de desemprego caiu de 3,7% para 3,6% em junho. O número de desempregado chegou a 6 milhões.

Diante desse cenário, os títulos públicos passaram a entregar rentabilidade menor, seguindo o fechamento da curva de juros no Brasil. A taxa do Tesouro Prefixado 2033 caía de 10,88% ontem para 10,67% na terceira atualização desta sexta, às 13h01.

O prefixado com vencimento em 2026 tinha rentabilidade anual de 10,16% contra 10,35% ontem, enquanto o Tesouro Prefixado pagava 10,59% ao ano, ante 10,79% na sessão anterior.

Nos títulos de inflação, a queda das taxas era menos expressiva, com o Tesouro IPCA+ 2029 entregando rentabilidade real de 5,15%, ante 5,20% ontem (6) e o Tesouro IPCA+ 2032 com taxa real de 5,18% contra 5,23% ontem. A rentabilidade real do Tesouro IPCA+ 2045 caía de 5,65% para 5,61% e o juro real do Tesouro IPCA+ 2055 tinha queda de 5,54% ontem para 5,50% hoje.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta sexta-feira (7):

Reforma tributária aprovada na Câmara

O esforço de Arthur Lira (PP-AL) e governo federal para votar a PEC da reforma tributária antes do recesso parlamentar funcionou e o texto foi aprovado com tranquilidade na Câmara dos Deputados.

No entanto, o presidente da Câmara admitiu que o Senado pode alterar o texto aprovado ontem. “A casa federativa vai ter todo tempo do mundo para fazer as mudanças que podem ser necessárias ao texto. A Câmara é uma casa mais eclética e o Senado poderá fazer uma discussão com um olhar mais agudo”, disse.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou a aprovação da PEC hoje pela manhã. “O que eu senti é que as pessoas estavam genuinamente abertas ao diálogo, porque sabem da importância da reforma tributária pro Brasil”, disse o ministro.

Payroll 

Apesar da criação de empregos menor que o esperado pelo mercado, um indicador se apresentou como um contrapeso ao otimismo do mercado: os ganhos médios dos funcionários do setor privado não agrícola aumentaram em 12 centavos, ou 0,4% em julho. Nos últimos 12 meses, o salário médio por hora cresceu 4,4% nos Estados Unidos.

“A manutenção da trajetória de alta do indicador implica que o desaquecimento demandado pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) em termos de mercado de trabalho ainda não está perto de ser alcançado, uma vez que o comportamento atual dos ganhos segue sugerindo manutenção das pressões inflacionárias, especialmente sobre o setor de serviços”, comenta Matheus Pizzani, economista da CM Capital.

IGP-DI apresenta deflação em junho

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) teve deflação de 1,45% em junho em relação a maio, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (7) pela Fundação Getúlio Vagas (FGV). Com esse resultado, o índice acumula variação de -4,96% no ano e de -7,44% em 12 meses. Em junho de 2022, o índice havia subido 0,62% e acumulava elevação de 11,12% em 12 meses.

A deflação divulgada pela FGV em junho foi mais intensa que a esperado pelos analistas de mercado: o consenso Refinitiv estimava uma queda de 1,37% na leitura mensal.