FII MXRF11: prazo para participar da oferta começa hoje com cotas a R$ 10,36

E mais: FIIs que investem em ações rendem até 30% no ano; IGP-M cai 1,93% em junho; ZAVI11 compra centro de distribuição em MG por R$ 50 milhões

Wellington Carvalho

Publicidade

Começa nesta quinta-feira (29) o período de exercício do direito de preferência da oitava emissão de cotas do FII Maxi Renda (MXRF11), que pretende captar até R$ 500 milhões.

Investidores que tinham cotas do fundo no final da sessão da última terça-feira (27) têm até o dia 7 de julho de 2023 para aderir ou não à oferta. O fator de proporção é de 21%.

“Normalmente a subscrição é positiva, especialmente quando estamos falando de um fundo que o investidor gosta e deseja aumentar a alocação de recursos”, sugere Ricardo Natali, educador financeiro.

No caso da oferta do MXRF11, o valor unitário das novas cotas foi fixado em R$ 10,06 e a taxa de distribuição será de aproximadamente R$ 0,30, totalizando um preço de subscrição de R$ 10,36.

O montante é maior do que o atual valor patrimonial da carteira – espécie de preço justo –, que está em R$ 10,06. No entanto, o preço de subscrição é menor do que a cotação atual do papel, na casa dos R$ 10,70.

“O preço de subscrição oferece um spread (diferença) em relação à cotação do fundo na Bolsa e então faz sentido entrar”, avalia Diogo Arantes, especialista em investimentos e consultor certificado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). “Partindo da premissa de que o investidor goste da tese do fundo, a emissão está dentro do esperado e com boa qualidade”, aponta.

Continua depois da publicidade

Considerado um fundo híbrido, por investir em mais de uma classe de ativo, o Maxi Renda tem hoje um patrimônio líquido de R$ 2,274 bilhões.

O portfólio da carteira é composto por certificados de recebíveis imobiliários (75%), cotas de outros FIIs (16%), permutas financeiras (5%) e caixa (4%). Os dados fazem parte do último relatório gerencial divulgado pela carteira.

Outro ponto que deve ficar no radar do investidor, afirma Natali, é a destinação do recurso captado em uma nova emissão de cotas de um fundo imobiliário.

Continua depois da publicidade

“A gente sempre espera que o fundo compre ativos melhores do que os atuais”, reflete. “Então, quando você entra em uma subscrição acaba dando um voto de confiança para a gestão daquele fundo”.

Atualmente, 48% do portfólio do MXRF11 está atrelado ao IPCA (mais uma taxa média de 8,25%) e 35% ao CDI (mais uma taxa média de 2,79%). Metade dos recebíveis têm lastro em crédito corporativo e 47% nos segmentos comercial e residencial.

De acordo com a oferta, os recursos captados na oitava emissão de cotas do Maxi Renda serão usados para a aquisição de ativos com as seguintes características:

Continua depois da publicidade

Fonte: FII MXRF11

Para Arantes, a emissão também atende a um pedido do mercado, que tem exercido uma pressão compradora no papel. Diante do movimento, o papel tem sido negociado com ágio nos últimos meses, explica o especialista.

Nos últimos 12 meses, a cota do MXRF11 acumula alta de quase 11%, de acordo com dados do StatusInvest, plataforma de informações financeiras. Dado o ganho, o fundo negocia atualmente com ágio de 7%.

No último dia 15, o MXRF11 distribuiu aos investidores R$ 0,12 por cota, equivalente a um retorno mensal com dividendos de 1,12%. Em 12 meses, o percentual está em 12,10%.

Continua depois da publicidade

Maior fundo imobiliário em número de cotistas – são 853 mil – o Maxi Renda distribuiu no primeiro trimestre dividendos de aproximadamente R$ 0,35 por cota, montante que representa um aumento de 24% na comparação com o repassado no trimestre anterior.

Leia também:

Ifix hoje:

Na sessão desta quinta (29), o Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados na Bolsa – fechou com alta de 0,37%, aos 3.132 pontos. Confira os demais destaques do dia.

Continua depois da publicidade

Maiores altas desta quinta-feira (29):

Ticker Nome Setor Variação (%)
CARE11 Brazilian Graveyard and Death Care Cemitérios 3,86
MORE11 More Real Estate FoF 1,84
JSRE11 JS Real Estate Híbrido 1,26
RBRP11 RBR Properties Híbrido 1,25
HFOF11 Hedge Top FoF II FoF 1,1

Maiores baixas desta quinta-feira (29):

Ticker Nome Setor Variação (%)
VSLH11 Versalhes Recebíveis Imobiliários Títulos e Val. Mob. -2,23
RBRF11 RBR Alpha Títulos e Val. Mob. -1,76
KFOF11 Kinea FoF FoF -1,44
MCHF11 Mauá Capital Hedge Fund Títulos e Val. Mob. -1,41
BCIA11 Bradesco Carteira Imobiliária Títulos e Val. Mob. -1,38

Fonte: B3

ZAVI11 compra centro de distribuição em MG por R$ 50 milhões

O FII Zavit Real Estate Fund (ZAVI11) finalizou a compra de um centro de distribuição localizado em Lagoa da Prata (MG). A transação está avaliada em R$ 50 milhões.

De acordo com o fundo, o negócio segue o modelo sale & leaseback, onde o antigo proprietário – neste caso a Alvoar Lácteos – se torna locatário do imóvel.

“As operações de sale & leaseback vêm se tornado cada vez mais populares entre empresas que possuem imóveis próprios e desejam prover liquidez para sua operação, sem aumentar seu nível de endividamento”, explica comunicado do ZAVI11 ao mercado.

Ainda segunda a equipe de gestão, o novo contrato é atípico – que não prevê renegociação ao longo do período – e tem prazo de 15 anos.

Com a nova aquisição, o fundo alcança R$ 225 milhões em ativos, sendo nove imóveis localizados em oito cidades.

O negócio também aumenta o prazo médio (Wault) dos contratos do portfólio para 11,7 anos e a área bruta locável (ABL) para 92 mil metros quadrados.

Giro Imobiliário: FIIs que investem em ações rendem até 30% no ano; IGP-M cai 1,93% em junho

FIIs que investem em ações rendem até 30% no ano; conheça outros ativos dos fundos multiestratégia

Os fundos imobiliários multiestratégia estão a cada dia se consolidando como um novo segmento do mercado de FIIs. Com portfólio que vai além do imóvel, estas carteiras têm apresentado desempenho acima da média – chegando, em alguns casos, a um retorno de 30% em 2023.

Essa classe de FII – também conhecida como hedge fund – investe em diferentes tipos de ativos, como certificados de recebíveis imobiliários (CRI), cotas de outros fundos, FIDCs, debêntures, permutas financeiras, participações em sociedades e até ações ligadas ao mercado imobiliário.

Atualmente, 12 fundos listados na B3 se enquadram no perfil multiestratégia e, na média, apresentam desempenho levemente superior ao do Ifix – índice dos FIIs mais negociados na Bolsa – em 2023: 9,79% contra 8,67%.

Individualmente, o retorno pode ser bem maior, chegando a 32%, como é o caso do Canuma Capital Multiestratégia ([ativo=CCME11]) – que não faz parte da carteira teórica do Ifix. Confira o desempenho dos demais FIIs multiestratégia.

IGP-M cai 1,93% em junho, mais que o esperado; inflação acumula queda de 6,86% em 12 meses

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) voltou a registrar deflação, de 1,93% em junho, após ter recuado 1,84% em maio, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (29) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com o resultado anunciado hoje, o índice acumula retração de 4,46% no ano e queda de 6,86% em 12 meses.

A deflação foi ainda mais forte que a projetada pelos analistas: o consenso Refinitiv esperava queda de 1,70% no mês.

Em junho de 2022, o índice tinha mostrado variação positiva de 0,59% e acumulava alta de 10,70% em 12 meses.

Segundo André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV/Ibre, a deflação do índice de preços ao produtos (IPA) foi impulsionada pela queda dos preços dos combustíveis na refinaria. O preço do diesel encolheu 13,82% no mês, enquanto a preço da gasolina caiu 11,69%. O preços de importantes commodities agropecuárias também seguiram em queda, como o milho, que caiu 14,85%, e os bovinos, que recuaram 6,55%.

No âmbito do consumidor, o índice IPC registrou queda de 0,25%, puxado pelos preços da gasolina (-3,00%) e dos automóveis novos (-3,76%). Na construção civil, o índice avançou 0,85% dada a influência dos preços da mão de obra, que registrou alta de 1,81%. Já a variação de materiais, equipamentos e serviços registrou queda de 0,09%.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.