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A Granja Faria, que disputa com a Mantiqueira Brasil a liderança do mercado brasileiro de ovos comerciais, anunciou há pouco nesta quarta-feira (28) a compra do controle da Katayama Alimentos, líder do segmento no Estado de São Paulo. O valor do negócio e a fatia adquirida não foram revelados, e a transação ainda depende do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Segundo Ricardo Faria, presidente do conselho de administração da Granja Faria, a aquisição elevará em 12% ou 13% a receita líquida da empresa que fundou em 2006 em Nova Mutum, no centro-oeste de Mato Grosso. Com isso, a receita total, que chegou a R$ 412,5 milhões no primeiro trimestre, deverá alcançar cerca de R$ 3 bilhões em 2023.
Fundada em 1942, a Katayama conta com uma unidade produtora de ovos localizada em Guararapes, no noroeste paulista. O volume de produção a ser agregado é semelhante ao da receita. Atualmente a Granja Faria tem 11 unidades de produção de ovos comerciais – além de outras 11 de ovos férteis –, e após a incorporação passará a produzir cerca de 16 milhões de unidades por dia.
Do plantel de aproximadamente 14 milhões de aves que a Granja Faria possui, cerca de 1 milhão são criadas fora de gaiolas, tendência que ganha força no segmento por questões ligadas ao bem-estar animal.
Em expansão
Foi a 11ª aquisição realizada pela Granja Faria nos últimos anos, e com ela a empresa passará a deter cerca de 10% do mercado brasileiro de ovos comerciais. Como o segmento continuará pulverizado, uma vez que a participação da Mantiqueira é semelhante, Ricardo não só acredita que o negócio será aprovado sem resistência no Cade como afirma que haverá “novas oportunidades de aquisição ao longo do caminho”.
“O fato é que os ovos estão ganhando mercado. É uma proteína acessível para a população mais carente, que precisa de uma proteína de qualidade a um preço acessível, e também agrada à população que busca uma alimentação saudável”, disse ele a jornalistas na manhã desta quarta.
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Namoro antigo
O empresário, conhecido por ter sido um dos consolidadores do segmento de lavanderias industriais no país, contou a jornalistas que o “namoro” com a Katayama começou há cerca de cinco anos. Não houve interesse em uma venda integral, e Gilson Tadashi Katayama manterá uma participação minoritária na empresa da família e terá lugar no conselho de administração da Granja Faria.
Ricardo esclareceu que a transação inclui a fábrica de fertilizantes orgânicos (marca Terra Nascente) da Katayama, mas não os negócios de criação de bovinos reunidos na Katayama Pecuária.
Exportação
Além da forte presença no mercado paulista de ovos, a Katayama é uma das maiores exportadoras do segmento, com vendas para mercados exigentes como o Japão. Assim, as vendas de ovos comerciais da Granja Faria, que já representam cerca de 13% da receita nesse segmento, serão fortalecidas. No caso dos ovos férteis, as exportações respondem por 70% da receita.
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Em 2022, as exportações ganharam força nos negócios da companhia fundada em Nova Mutum por causa da ocorrência de casos de gripe aviária em outros países fornecedores. A doença agora ameaça o Brasil – já foram registrados casos em aves silvestres e criadas em quintal -, mas Ricardo acredita que as medidas de prevenção e controle adotadas pelo governo e pela indústria avícola evitarão maiores prejuízos ao país.
Em janeiro, a Granja Faria já havia anunciado a compra de 100% da BL Ovos, quinta maior empresa do segmento com 3 milhões de aves e produção de 2 milhões de ovos por dia. Em meio a essa expansão, e com projeções de alívio de custos por causa da queda dos preços dos grãos, a empresa prevê fechar o ano com lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização de cerca de R$ 800 milhões.
Além da Granja Faria, Ricardo controla a Insolo, que cultiva 180 mil hectares com grãos.
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