Plataformas oferecem cotas remanescentes de fundos da Verde Asset após meses de resgates

Fundos disponíveis espelham aplicações da Verde Asset, de Luis Stuhlberger, já que os “fundos mãe” continuam fechados para captação ao público em geral

Bruna Furlani

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Plataformas de investimentos estão oferecendo cotas remanescentes de fundos multimercados da Verde Asset, gestora renomada comandada por Luis Stuhlberger. O foco é a “reposição de saldo”, como é chamado esse movimento no mercado financeiro. Os distribuidores não estão ampliando o tamanho dos fundos, mas, sim, repondo o volume mais abundante de resgate sofrido recentemente.

Os fundos disponíveis nas plataformas são um espelho das aplicações da Verde Asset, já que os “fundos mãe”, por assim dizer, continuam fechados para captação ao público em geral.

No caso da XP, dois fundos estão disponíveis para aplicação: Verde AM X60 e Verde AM Scena Advisory FIC FIM, sendo que o primeiro possui valor inicial de aplicação de R$ 50 mil e é gerido por Stuhlberger.

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O fundo foi um dos que sofreram com o movimento de resgates na indústria de multimercados, vendo o patrimônio líquido cair para R$ 948,6 milhões, contra R$ 1,2 bilhão no começo do ano passado.

Já o Scena possui valor mínimo de R$ 500.

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De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, reposições de saldo são feitas mensalmente em produtos da Verde e novos cotistas têm a oportunidade adquirir cotas, mas a aplicação só poderá ser feita por meio de um assessor de investimentos. O fundo não estará aberto na plataforma da XP.

Os fundos ficarão disponíveis para aplicação até sexta-feira (30) ou até acabar a sua capacidade.

Também era possível encontrar dois fundos da gestora sendo oferecidos na plataforma do Itaú na manhã desta segunda-feira (26): o Verde 60 MM Seleção Multimercado e o Verde AM Patrimônio Seleção Multimercado.

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No caso do primeiro, o valor inicial de aplicação é de R$ 50 mil. O produto é um espelho do fundo Verde. Já o segundo tem aplicação mínima próxima de R$ 4,2 mil.

De acordo com o Itaú, o Verde 60 está disponível desde a última semana de novembro de 2022 para aplicações diárias. Já o Verde Patrimônio II foi lançado em fevereiro de 2022 e está aberto desde então.

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Mudança de postura: gestora está mais otimista com Brasil

Após uma precificação mais construtiva dos mercados, impulsionada pela evolução do arcabouço fiscal, crescimento da atividade econômica e surpresas positivas com a inflação em maio, a Verde Asset mudou a postura e adotou um tom um pouco mais otimista com ativos locais em carta mensal divulgada neste mês.

Abandonando críticas ferrenhas ao governo e ao andar dos ativos locais visto nos documentos do começo do ano, a gestora defendeu que as ações brasileiras têm espaço para continuar com o bom desempenho, mesmo após o rali registrado nos últimos dias e ao longo de maio.

Não à toa, o fundo tem mantido cerca de 20% da alocação no mercado local – o que tem trazido bons frutos. Parte dos ganhos do fundo Verde em maio vieram de posições em ações locais e em operações de juros nos EUA.

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Já as perdas tiveram como foco uma posição em inflação implícita no Brasil voltada para hedge (proteção), além de exposições a juros na Europa e em inflação americana.

Em evento no começo do mês, o tom adotado pelo economista-chefe da casa, Daniel Leichsenring, já tinha surpreendido o mercado. Na ocasião, o executivo da Verde destacou que o Brasil ganhava tempo e estava tirando da frente um risco relevante com a aprovação do arcabouço fiscal pelo Congresso.

A relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB) também foi um ponto de atenção. Leichsenring defendeu que a relação entre ambos poderia ser estabilizada em um ou dois anos em um cenário de juros mais baixo e de dólar mais fraco ao redor do mundo.

Em maio, o fundo Verde obteve ganhos de 0,89%, ou seja, abaixo do CDI, que subiu 1,12%. No acumulado do ano, o retorno do Verde também está atrás da taxa de referência dos multimercados, com uma alta de 3,23%, contra 5,37% do CDI.

O desempenho mais fraco ao longo deste ano não é um algo exclusivo da gestora e afeta também uma parcela da indústria. Prova disso é que, do começo do ano até o dia 23 de junho, o retorno médio dos multimercados de gestão ativa no Brasil, medido pelo Índice de Hedge Funds Anbima (IHFA), está em 4,06%, ou seja, abaixo dos 6,23% registrados pelo CDI no mesmo período.

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