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Embora o Banco Central Europeu tenha optado nesta quinta-feira (4) por reduzir a velocidade de seu aperto monetário – elevando suas taxas de juros em 25 pontos-base após três decisões seguidas de incremento de 0,50% – os analistas aponta que isso não sinaliza uma proximidade do início dos cortes. Na verdade, as condições atuais de inflação, especialmente dos serviços, e o mercado de trabalho ainda aquecido e pressionando a demanda sugerem um aperto adicional na política monetária.
Francisco Nobre, economista da XP Investimentos, cometa em relatório que o ciclo de aperto está apenas entrando em seu último estágio, ou seja, o BCE ainda não terminou se trabalho e as taxas serão mais altas por mais tempo.
Isso ficou claro na entrevista coletiva que a presidente do Banco Central loca, Christine Lagarde, concedeu nesta tarde. Ao responder uma pergunta que comparava os momentos de BCE e do Federal Reserve dos EUA, Lagarde afirmou que analisa o que outros bancos centrais estão fazendo em todo o mundo, mas que a autoridade europeia visa atingir sua própria meta.
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“O que quer que o Fed decida, estaremos presos aos nossos objetivos. Não somos dependentes do Fed”, declarou.
Esse compromisso está fortalecido na comunicação do Banco, disse Margato. Ele lembrou que a decisão do BCE não foi unânime, uma vez que alguns membros apoiaram até um aumento maior na taxa, de 0,50%, enquanto nenhum apoiou uma pausa nesta fase.
E economista da XP também destacou outra frase de Lagarde, na coletiva: “temos mais terreno a cobrir e não vamos parar”.
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Ele comentou ainda que a turbulência bancária que surgiu antes da reunião anterior, em março, não parece ter contaminado os bancos europeus e que a economia europeia também continua mais resiliente do que o esperado.
“O temor de uma recessão profunda na região diminuiu consideravelmente desde o início do ano. De fato, os dados do PMI de serviços publicados esta manhã na França, Alemanha e outros países foram muito encorajadores”, considerou.
“Diante desse cenário, o BCE deve voltar seu foco para a alta inflação persistente nas próximas reuniões, o que justificaria aumentos adicionais de juros, enquanto as decisões provavelmente continuarão dependentes de dados”, disse Margato.
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Para Stephanie Kennedy, economista da Julius Baer, embora a política monetária mais restritiva esteja se traduzindo com sucesso em condições financeiras e empréstimos, a inflação permanece persistentemente alta na Europa.
Ela ponderou que esse último aumento parece estar do lado “dovish”, uma vez que uma alta de 50 pontos-base estava sobre a mesa. “O movimento menor reconhece que a transmissão da política monetária está funcionando e as condições financeiras estão de fato apertadas. A recente pesquisa sobre empréstimos bancários mostra que os empréstimos se deterioraram e podem enfraquecer nos próximos meses”, comentou em relatório.
A economista lembrou que o BCE citou que terá mais terreno a cobrir, por conta da perspectiva de inflação continua ‘muito alta por muito tempo’. Embora a pressão dos preços da energia esteja diminuindo, a inflação subjacente se mantém persistentemente elevada, na avaliação do BC.
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A equipe do Banco Central agora vê a inflação em média de 5,3% em 2023, 2,9% em 2024 e 2,1% em 2025. “Esperamos que o BCE suba mais 25 pontos-base em sua próxima reunião e siga uma abordagem dependente de dados a partir de então para garantir que sua postura monetária seja suficientemente restritiva”, diz a análise da Julius Baer.
Katharine Neiss, economista-chefe europeia da PGIM Fixed Income, por sua vez, disse ao jornal britânico The Guardian que, ao contrário do Fed, o BCE não está parando. “Dito isto, a redução do ritmo de subida das taxas de juros é um sinal de que o BCE não quer arriscar exageradamente”, ponderou, lembrando dos sinais de que a economia começou a arrefecer e das repercussões das fragilidades do setor bancário dos EUA nas condições de crédito europeias.
Para ela, talvez a informação mais importante no anúncio de hoje tenha sido a expectativa de que o BCE espera interromper os reinvestimentos de seu programa de compra de ativos a partir de julho.
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“Este é um ritmo um pouco mais rápido do que o sugerido pela última pesquisa do BCE com os participantes do mercado.”